Armamento dos EUA e Alemanha pode estar a ser usado no ataque da Ucrânia em Kursk

Vídeos publicados no Telegram mostram veículos militares dos EUA e da Alemanha a serem usados na ofensiva ucraniana em Kursk. Esta sexta-feira, foi declarado estado de emergência federal na região.

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Imagens da destruição em Kurks depois da passagem das forças ucranianas REUTERS
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Equipamento de guerra ocidental pode estar a ser usado na Rússia pela Ucrânia no ataque que as forças ucranianas estão a realizar na região russa de Kursk, segundo o Washington Post, de acordo com informações recolhidas a partir de um canal de Telegram pró-russo. Esta sexta-feira, o Ministério da Emergência da Rússia declarou um estado de emergência federal na região.

Segundo o correspondente-chefe do Wall Street Journal, Yaroslav Trofimov, forças ucranianas controlam ainda uma grande parte de território na zona de Kursk, incluindo a cidade de Sudja, por onde passa um importante gasoduto que ainda liga a Rússia à Europa. Segundo o correspondente, forças ucranianas atingiram ainda uma base militar russa na região de Lipetsk, uma região vizinha mais interior da Rússia.

A declaração de um estado de emergência federal pelas autoridades centrais da Rússia é outro sinal de que, segundo a estação de televisão Al-Jazeera, "as coisas não estão a correr como planeado" para as forças russas.

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"A discussão incluiu a situação na região de Kursk devido ao ataque das forças armadas ucranianas. Foi criado um nível de resposta federal na região", lê-se no comunicado do Ministério russo, que anunciou o estado de emergência depois de reuinir com a comissão do Governo dedicada a emergências.

Num vídeo publicado no Telegram, dois veículos de combate que pareciam ser de origem alemã e americana, nomeadamente um Mardar alemão e um Stryker americano, foram mostrados a serem utilizados para lá das fronteiras da Ucrânia, dentro da região de Kursk. Estes relatos, porém, ainda não foram confirmados oficialmente pela Ucrânia.

A utilização de armas ocidentais em ataques contra a Rússia tem sido um ponto de contenção entre os vários aliados da Ucrânia que forneceram ajuda e equipamento militar. No caso dos Estados Unidos, um dos países cujo equipamento militar terá sido visto em solo russo, o Presidente do país, Joe Biden, tinha permitido no fim de Maio que a Ucrânia pudesse utilizar armas e equipamento em ataques "limitados" a alvos russos fora das fronteiras ucranianas.

Esta quinta-feira, os Estados Unidos confirmaram que este uso do equipamento por eles cedido estava dentro do "limite" imposto pelos Estados Unidos ao uso do armamento na Ucrânia. Sabrina Singh, porta-voz adjunta do Pentágono, afirmou que, "à medida que os ataques atravessam a fronteira", os ucranianos "têm de ter a capacidade de responder", referindo-se à ofensiva de Kursk.

Na sequência do anúncio feito pelos EUA em Maio, a Alemanha tinha também anunciado que iria permitir a utilização das suas armas pela Ucrânia contra alvos na Rússia, porém, como sublinhou na altura o porta-voz do Governo alemão, a utilização cingia-se a respostas a ataques russos vindas de posições na zona fronteiriça à região de Kharkiv (Carcóvia).

Mesmo sem sequer ter confirmado este ataque na Rússia, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pareceu aludir ao sucesso militar ucraniano na Rússia, numa declaração feita aos jornalistas num evento público nesta quinta-feira. "Toda a gente pode ver que o Exército ucraniano sabe como surpreender. E sabe como obter resultados", afirmou o Presidente da Ucrânia.

Mais tarde, nesse dia, refere o jornal britânico The Guardian, Zelensky afirmou através do Telegram que a Rússia deveria sofrer as consequências de ter invadido a Ucrânia, invasão que já dura desde Fevereiro de 2022. "A Rússia trouxe a guerra para o nosso país e deve sentir o que fez", afirmou o Presidente ucraniano.

Os jornais russos, analisados pela BBC, admitem na sua maioria que as Forças Armadas ucranianas conseguiram atingir algum nível de sucesso. Por exemplo, o jornal Moskovsky Komsomolets afirma que, "o regime de Zelensky fez uma movimentação forte, com consequências desagradáveis para o nosso lado”.

O Ministério do Exército francês, na rede social X, publicou uma análise sobre os últimos relatórios que chegam da guerra da Ucrânia, mais especificamente da ofensiva ucraniana na Rússia. "A ofensiva das FAU (Forças Armadas Ucranianas) na região de Kursk, beneficiando do efeito de surpresa e com a oposição de forças menos preparadas do que na Frente Oriental, parece ter tido algum sucesso inicial", escreveu o ministério francês, acrescentando que estes ataques poderiam obrigar as forças russas "a mobilizar tropas de outros sectores, aliviando assim a pressão local em pontos onde as FAU se encontravam anteriormente em dificuldades".

Actualizado às 16h27 com informações sobre o estado de emergência federal em Kursk

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