Rússia desloca reservas para a fronteira após ataque ucraniano na região de Kursk
Autoridades russas dizem que situação no terreno é difícil.
A Rússia acusou a Ucrânia, esta terça-feira, de estar a realizar vários ataques na sua fronteira na zona sul. As autoridades russas dizem ter enviado reservas para ajudar a repelir centenas de combatentes ucranianos que estão a ser apoiados por tanques na região de Kursk.
Horas depois de um governador regional russo ter afirmado que os atacantes tinham sido repelidos, o Ministério da Defesa emitiu um comunicado dizendo que os combates ainda estavam a decorrer.
“As tropas que cobrem a fronteira do Estado, juntamente com as unidades das tropas fronteiriças do FSB (serviço de segurança) da Rússia, estão a repelir ataques e a infligir fogo ao inimigo na área da fronteira do Estado e nas reservas (ucranianas) na região de Sumy”, diz o comunicado.
Segundo a Reuters, a Rússia estava a utilizar aviões de guerra para atacar veículos blindados ucranianos e tinha deslocado as suas próprias reservas para a zona dos combates. Por seu lado, o Estado-Maior da Ucrânia, na actualização regular, feita nesta terça-feira, relatou ataques russos a aldeias fronteiriças, mas não mencionou qualquer operação ofensiva ucraniana na fronteira.
As regiões russas próximas da fronteira têm sido alvo de frequentes bombardeamentos ucranianos no decurso da guerra na Ucrânia e incursões ocasionais de grupos de voluntários russos anti-Kremlin que lutam ao lado dos soldados ucranianos.
Segundo Moscovo, cerca de 300 combatentes ucranianos, apoiados por tanques, participaram no ataque de terça-feira contra unidades fronteiriças russas em Nikolayevo-Daryino e Oleshnya, duas povoações na região russa de Kursk. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente os relatos do campo de batalha.
“Situação difícil”
Alexei Smirnov, governador em exercício da região de Kursk, afirmou que os soldados russos e as forças do FSB tinham repelido um ataque ucraniano, mas que a situação na fronteira continuava a ser “difícil”.
Numa série de actualizações nas redes sociais, Smirnov disse que dois civis russos tinham sido mortos, um por bombardeamento e o outro por um drone, e que outros 18 tinham ficado feridos. A imprensa russa citou o FSB dizendo que as forças russas tinham lidado com uma “provocação” armada da Ucrânia.
O principal esforço militar da Ucrânia centra-se na luta contra as forças russas, que controlam cerca de um quinto do seu território após quase dois anos e meio de guerra e que têm tido uma série de ganhos graduais nos últimos seis meses.
Os ataques ucranianos no território da Rússia envolveram sobretudo bombardeamentos em regiões fronteiriças e ataques com drones a alvos como refinarias de petróleo e depósitos de combustível.