Hezbollah intensifica ataques contra Israel e promete “castigo” forte

Nasrallah diz que a milícia tem respondido sempre de forma “ponderada”, mas que o assassínio de um líder de topo num dos bastiões do grupo “deve ser tratado de forma diferente”.

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Nasrallah fez um discurso a assinalar uma semana desde a morte de Fuad Shukr WAEL HAMZEH / EPA
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Alguns pensaram que sim, mas ainda não era a resposta ao assassínio de Fuad Shukr, o comandante do Hezbollah tido como próximo do líder da milícia xiita libanesa, Hassan Nasrallah, que Israel matou há uma semana, em Beirute. Nesta terça-feira, o grupo lançou um ataque, com o que chamou “um enxame de drones, de uma intensidade rara e contra áreas que têm sido poupadas à permanente troca de fogo que decorre desde Outubro junto à fronteira que separa o Líbano de Israel.

Pelo menos 18 pessoas ficaram feridas nas imediações da cidade israelita de Nahariya e na localidade vizinha de Mazraa (árabe). Entre os feridos, seis são soldados e há um homem que está em estado grave – as IDF disseram que foi atingido por um interceptor disparado pelo sistema de defesa aérea Cúpula de Ferro (Iron Dome) que não acertou no drone e embateu no solo.

De acordo com a milícia, esta operação visava vingar o ataque israelita que horas antes matara pelo menos cinco dos seus combatentes na cidade libanesa de Mayfadoun, a 30 quilómetros da fronteira. A resposta à morte de Shukr, fez saber o grupo, "ainda está para vir".

"Não procurámos uma escalada até agora, temos lutado em apoio a Gaza, mas tendo em mente o interesse nacional libanês", afirmou Hassan Nasrallah, num discurso de elogio a Shukr, transmitido na televisão. "De cada vez que um dos nossos comandantes era morto, a nossa reacção era intensa, mas sempre ponderada", defendeu. “Mas o assassínio de um líder de topo em Dahia [bastião do Hezbollah nos subúrbios de Beirute] deve ser tratado de forma diferente. A nossa resposta virá, se Deus quiser, de nós e do ‘eixo da resistência’ – e será forte”, disse.

Nasrallah referiu-se ainda ao assassínio do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, morto em Teerão um dia depois de Shukr. A expectativa é que Irão e Hezbollah respondam de forma coordenada – envolvendo, possivelmente, outros membros do “eixo”, como os houthis iemenitas e as milícias xiitas do Iraque, que entre segunda e terça-feira lançaram atacaram os militares norte-americanos ali estacionados.

Para o analista especializado em questões militares Amos Harel, “a ameaça do Líbano é actualmente mais perigosa do que a ameaça do Irão, tendo em conta o enorme número de mísseis à disposição do Hezbollah, bem como a proximidade de Israel”. Um ataque vindo do Líbano, escreveu Harel no diário Haaretz, “poderia visar alvos militares e estratégicos no Norte e no Centro do país e incluir fogo pesado a uma escala sem precedentes em Israel”.

O jornal libanês Al-Akhbar, pró-Hezbollah, escolheu para manchete da sua edição de terça-feira o título "Mais cedo ou mais tarde, o castigo chegará. Não se deixem enganar", com uma imagem de Telavive. As sugestões de que a resposta do Hezbollah poderia passar por Telavive já tinham surgido na mesma publicação, explicou o jornal The Times of Israel, mas vários jornalistas que acompanham o grupo consideram que estas referências devem interpretar-se como uma intenção mais geral de atingir alvos militares no Centro de Israel.

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