PRR: Metro de Lisboa entre projetos que Governo vai reapreciar para evitar perda de verbas

O secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento garantiu que não há nenhuma obra “que, em princípio, seja para cair”.

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Este é um dos investimentos identificados como estando em estado “crítico” pela Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR Nuno Ferreira Santos
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O Governo vai reapreciar projectos em risco de não serem concluídos no prazo estimado, como a obra do Metropolitano de Lisboa, para evitar perder verbas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi anunciado esta terça-feira.

"O nosso objectivo é maximizar o retorno daquilo que são os dinheiros PRR e, naturalmente, reorganizar aquilo que houver que reorganizar, e que a União Europeia nos dê abertura a projectos de investimento que possam ser realocados, para não perdermos as verbas que temos", afirmou, em Faro, o secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, Hélder Reis.

Há obras cujo prazo de implementação "é difícil de concretizar" e que "têm de ser" reapreciadas, notou o responsável, que falava à margem da assinatura de um Contrato para o Desenvolvimento e Coesão Territorial relativo ao Algarve.

"Não vale a pena nós hoje estarmos com a ilusão de que somos capazes e depois, enfim, não sermos capazes e deixarmos de receber a parcela que a eles dizem respeito", referiu.

Garantindo que não há nenhuma obra "que, em princípio, seja para cair", Hélder Reis acentuou que a questão é perceber se há projectos cujo prazo de realização estimado no âmbito da programação do PRR seja curto.

O governante abordou o projecto de expansão do Metro de Lisboa, questionando: "Podemos replanear de uma outra forma, podemos repensá-lo de uma outra forma?".

"Naturalmente, o metro é importante? Claro que o metro é importante. A barragem do Pisão é importante? Claro que é importante. A dessalinizadora [para o Algarve] é importante? Claro que é importante. É tudo importante, o problema é que temos de gerir os recursos da mesma forma que gerimos lá em casa. Os recursos são escassos e as vontades ilimitadas e, portanto, é essa a gestão que temos de fazer", acrescentou.

Por outro lado, também há obras cujo montante previsto inicialmente no PRR — construído numa altura em que "os problemas que a Europa vivia eram diferentes" dos de hoje, ressalvou —​ pode não ser suficiente para as concretizar.

"O processo inflacionista que vivemos e a forma como ele se repercutiu, por exemplo, na construção, levou a que, em algumas áreas, a estimativa que tenha sido feita no âmbito do PRR não seja suficiente para concretizar a obra que temos de concretizar", explicou Hélder Reis.

O secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional não se quis comprometer com um calendário para a reapreciação de projectos, considerando "prematuro" falar em datas.

"A única coisa com que me posso comprometer é que vamos trabalhar arduamente para ter isso tão breve quanto possível e poder maximizar o retorno do PRR para o nosso país", reforçou.

A organização ambientalista ZERO apelou na segunda-feira ao Governo para fasear o projecto de expansão do Metropolitano de Lisboa, evitando que se percam fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e que aposte na electrificação do transporte rodoviário colectivo.

O financiamento do PRR prevê um investimento no Metropolitano de Lisboa de 400 milhões de euros para a expansão da Linha Vermelha, de São Sebastião até Alcântara, e 250 milhões de euros para a nova Linha Violeta (metro ligeiro de superfície), que ligará o Hospital Beatriz Ângelo por Odivelas a Loures, num total de 650 milhões de euros.