Aura: Há dim sum para degustar de A a Z em Alfama, do brunch ao jantar

O Aura Dim Sum, em Lisboa, estreeou uma nova carta a pensar nos dias mais quentes, mas mantendo o ADN da cozinha cantonesa com destaque para os baos e dumplings.

Foto
O Aura Dim Sum chegou a Alfama em Julho de 2022 DR
Ouça este artigo
00:00
04:36

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

“Há quem não goste de comer dim sum no Verão”, avisam ainda antes de nos sentarmos. Para contentar os comensais mais picuinhas com as sazonalidades, o Aura Dim Sum tem uma nova carta pensado para os dias mais quentes com opções mais leves. Mas fincam pé e mantêm mais de 20 opções de dim sum, todas feitas aqui dentro do familiar espaço de Alfama, onde turistas e lisboetas convivem à mesa asiática.

Qualquer rápida pesquisa dir-nos-á que “dim sum é uma ampla variedade de pequenos pratos cantoneses”. Não são apenas baos ou dumplings, como se pode pensar - ou melhor, como pensávamos até lermos esta definição a caminho de Alfama, meca turística. Com tantos turistas, não é de estranhar que as mesas vizinhas estejam ocupadas por estrangeiros.

“Temos clientes portugueses que nos acompanham há bastante tempo. E embora achem chato vir aqui porque é difícil estacionar, vêm à mesma”, garante a gerente Filipa Aires, enquanto traz à mesa os primeiros cocktails feitos também na casa e de inspiração asiática, tal como toda a carta. “O Mariko-Sama é óptimo para quem prefere bebidas doces”, aconselha referindo-se à bebida com vodca, oolong, flor de Jasmim, vinho chinês, manga e mel (12€). É muita informação é certo e o sentimento é semelhante quando chega a carta principal.

O menu extenso resulta da imersão de Catarina Goya na cozinha asiática nos últimos anos. Brasileira e casada com um espanhol, Jose Suarez, o seu companheiro de negócio, foi em Londres que começou a aproximar-se do dim sum enquanto trabalhava num restaurante de cozinha cantonesa. Decidiu ir beber à fonte e mudou-se para Singapura durante dois anos para aprender as bases, antes de abrir um restaurante em Porto Seguro, no Brasil.

Mas o projecto foi “demasiado ambicioso” para aquele local e não resultou. Decidiram mudar-se para Lisboa e abrir o Aura Dim Sum na Bica, em 2019, pouco antes da pandemia. “Só sobrevivemos à pandemia, porque nos viramos para as entregas de congelados”, relata Filipa Aires. E os dim sum foram crescendo assim, uma entrega de cada vez, até que o espaço com cinco mesas no bairro se tornou pequeno e mudaram a casa de dumplings para a vizinha Alfama, em Julho de 2022.

Foto
DR
Foto
DR

E chamar-lhe casa de dumplings não é uma hipérbole, porque é sobretudo isso que diferencia o Aura Dim Sum. Apesar de terem os “pequenos pratos” típicos do dim sum cantonês, não ficam presos à tradição e inovam nas combinações pensadas dentro de portas ─ não desvirtuando a base tradicional. Durante o Verão, a aposta está nas saladas com a favorita dos clientes a manter-se a de pato crocante (13,5€), que não só inclui a proteína como toranja, chalotas e pinhões torrados, numa base de mix de folhas, envoltos em molho de hoisin e ameixa. “É a minha favorita”, confidencia Filipa Aires, que é a maestrina deste jantar.

Nas saladas, há ainda destaque para a novidades: saladas de cogumelo-ostra com molho picante, chalotas crocantes e amendoim torrado. É uma das várias opções vegetarianas no menu inclusivo. Nos dumplings, a carta divide-se entre ao vapor, fritos ou grelhados, variando não só nas texturas, como também nas combinações ─ cada porção traz sempre três dumplings. “O Har Gao é o mais pedido de sempre”, sugere a gerente, que traz essa primeira opção de camarão para a mesa, acompanhado do Fun Guo com churrasco de porco à moda do cantão (9,50€), camarão e cogumelos shiitake.

Uma combinação improvável, mas consensual no sabor, tal como o de barriga de porco com kimchi (9€). Estes vegetais fermentados são típico da Coreia e não do Cantão, mas estão presentes em várias opções da carta, incluindo em croquetes (9,50€). Mas regressemos aos dumplings, agora grelhados como o de caranguejo, frango, gengibre e couve chinesa (11,50€) a liderar as preferências.

Foto
DR
Foto
DR

Nos baos ─ os pequenos pães asiáticos recheados, servidos como se de tacos se tratassem ─ as combinações são semelhantes, entre o pato, o camarão ou a barriga de porco. Não fosse esta uma carta de Verão, o conselho para a sobremesa recai no gelado de jasmim ou de sementes de sésamo (5,50€).

Também é possível regressar ao almoço, servido em regime de brunch com panquecas, tostas e ovos com inspiração asiática. Por exemplo, a tosta de queijo leva kimchi e ou ovos estrelados são feitos com molho picante. “Como há um brunch em cada esquina, tivemos de nos diferenciar pela influência asiática e tentamos criar uma carta mais divertida. Curiosamente, apesar de tudo, o que continua a sair melhor é o dim sum”, reconhece Filipa Aires, que termina com o convite aos lisboetas para redescobrirem Alfama, que faz os encantos de tantos turistas.


A Fugas experimentou o menu a convite do Aura Dim Sum.

Sugerir correcção
Comentar