Bolsa do Japão recupera 10%, Europa arranca a subir
Depois da maior queda (12,4%) desde Outubro de 1987, o principal índice japonês regista a maior subida desde 2008. Bolsa de Lisboa arranca positiva.
Depois de uma queda impressionante esta segunda-feira, que chegou a superar os 13%, encerrando ligeiramente abaixo, nos 12,4%, o principal índice da bolsa japonesa, o Nikkei, conseguiu recuperar grande parte das perdas, ao encerrar esta terça-feira com uma valorização de 10,23%, para 34.675,46 pontos.
Se na sessão anterior a queda foi a maior desde 1987, em mais uma segunda-feira "negra", a recuperação desta terça-feira é a maior desde 2008. Para além do Nikkei, também o segundo índice mais importante da bolsa japonesa, o Topixx, subiu 9,3%.
A queda dos índices japoneses ficou a dever-se, em grande medida, à valorização do iene, que levou muitos investidores a terem de fechar posições curtas, ou a descoberto, na moeda japonesa, gerando uma pressão de venda de títulos para obter liquidez. A ajudar à restauração da confiança estiveram os apelos das autoridades nacionais, incluindo do primeiro-ministro.
A moeda japonesa tem vindo a subir face ao euro e ao dólar, após o anúncio do Banco do Japão, no dia 31 de Julho, de uma subida das taxas de juro. Mas esta terça-feira, e pela primeira vez desde o início do mês, o dólar está a negociar-se em alta face ao iene.
A forte recuperação dos índices japoneses acontece apesar da forte queda das bolsas norte-americanas esta segunda-feira, com o Dow Jones a encerrar com uma desvalorização de 2,60%, o tecnológico Nasdaq a perder 3,43%, e o S&P 500 a cair 3%.
A evolução dos contratos de futuros em Wall Street está a fazer antever uma abertura positiva também do outro lado do Atlântico, mas com ganhos inferiores às quedas da última sessão, em que as desvalorizações, naquela que foi a segunda sessão de quedas, foi justificada pelos receios dos investidores face à evolução da economia norte-americana. Em causa está a divulgação, na última sexta-feira, de dados do mercado de trabalho, relativos a Julho, com destaque para a redução no ritmo de criação de emprego, o que aconteceu depois de fortes subidas nos últimos anos. Esta queda acontece numa altura em que a Fed tem insistido em manter as taxas de juro em valores elevados, mais concretamente no intervalo entre 5,25% e 5,5%.
Entretanto, a publicação, na tarde de segunda-feira, dos números da actividade de serviços nos Estados Unidos, que se situou em 51,4 pontos em Julho, após 48,8 em Junho, travou um pouco a correcção dos índices norte-americanos. A este indicador, juntaram-se ainda as declarações do presidente da Reserva Federal (Fed) de Chicago, Austan Goolsbee, que afastou a possibilidade de a maior economia do mundo entrar em recessão.
Europa em recuperação
A bolsa de Lisboa iniciou a sessão em ligeira subida, acompanhando a abertura positiva dos restantes índices europeus. Na sessão desta segunda-feira, o principal índice português, o PSI, encerrou a perder 1,87%, em linha com os congéneres.
A actual valorização dos índices europeus é inferior a 1%, ainda um pouco distante das perdas registadas na véspera.
A influenciar os mercados está ainda a cotação dos preços do petróleo, que seguem em alta muito ligeira, a reflectir os receios de uma escalada no conflito no Médio Oriente e uma queda na produção no maior campo petrolífero de Sharara, na Líbia. E ainda a esperada redução da procura por parte da China.
No início da manhã, e depois das quedas registadas de cerca de 1% desta segunda-feira, os futuros do Brent, referência para a Europa, negoceiam-se próximo dos 76 dólares o barril, e os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate, referência para os Estados Unidos da América, nos 73 dólares.