Líder da Distrital do PSD recandidata-se para “ganhar claramente” autárquicas de 2025
A eleição da direcção do PSD-Porto, decorre a 6 de Setembro, em simultâneo com a reeleição do presidente do partido, Luís Montenegro.
O actual presidente da Comissão Politica Distrital do PSD do Porto, Sérgio Humberto, recandidata-se ao cargo com os objectivos de “ganhar claramente” as eleições autárquicas de 2025 e “combater o centralismo”, prometendo “reclamar para o distrito” entidades e organizações nacionais.
Em declarações à agência Lusa, Sérgio Humberto explicou que pretende “reverter rapidamente” o ciclo de derrotas ao nível autárquico em que o PSD entrou em 2021, e apontou a conquista das câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia como “dois grandes desafios”, embora “não únicos”.
“O PSD em 2021 teve o pior resultado nas autárquicas desde o 25 de Abril de 1974. Manteve o número de câmaras, mas perdeu vereadores, muitas juntas de freguesia, e perdeu membros nas assembleias municipais. Nós temos de reverter rapidamente este ciclo. O PSD é um partido do poder local e queremos claramente vencer as autárquicas de 2025”, afirmou o eurodeputado.
Sobre as eleições autárquicas, o também ex-presidente da câmara da Trofa destacou as câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia como “duas autarquias a vencer”, mas não adiantou nomes de candidatos a nenhuma delas.
“O candidato à Câmara Municipal do Porto vai ser escolhido pelo presidente do partido, depois de escutar a secção e a distrital. Falam-se de vários nomes como Pedro Duarte, Miguel Guimarães, Castro Almeida, mas as pessoas que estejam sossegadas porque este assunto vai ser tratado a seguir ao congresso”, referiu. O congresso do PSD está marcado para os dias 21 e 22 de Setembro, em Braga.
Quanto a Vila Nova de Gaia, Sérgio Humberto considerou que “é uma câmara que o PSD pode ganhar” destacando que o actual autarca, Eduardo Vítor Rodrigues (PS), “não soube acompanhar o desenvolvimento que Luís Filipe Menezes [que liderou a autarquia 12 anos pelo PSD]” gerou para o concelho.
No entanto, o candidato a líder distrital social-democrata também não apontou nomes para aquela autarquia: “Estamos já a trabalhar, ainda sem nomes, mas a agregar pessoas. Houve um momento importante que foi a derrota dos caciques [nas eleições concelhias] e hoje respira-se liberdade em Gaia no partido, e o partido está preparado para ir à luta”.
Além daqueles concelhos, Sérgio Humberto destacou que há “outros sítios” onde o “PSD vai apostar, como Paços de Ferreira, Vila do Conde, Valongo, Marco de Canaveses, Felgueiras”.
“Não vamos dar nada como perdido, mas sabemos que há sítios mais difíceis como outros. O nosso objectivo é começar a trilhar um caminho para ter um resultado como em 2001, em que o PSD tinha 12 câmaras municipais, o CDS uma, e o PS cinco. Actualmente o PS tem 12, o PSD tem cinco e há uma independente”, apontou.
Outro desígnio assumido pelo candidato é o “combate ao centralismo”, deixando acusações ao PS: “António Costa liderou um Governo que centralizou quase tudo o que havia a centralizar em Lisboa (…), o combate a isto é uma luta que vai ser ganha por este Governo e nós [distrito do Porto] temos de estar na linha da frente deste combate”.
“Há uma proposta que nós temos que é a de alguns órgãos do Estado central serem descentralizados para outras regiões do país e a minha incumbência é que sejam para o distrito do Porto. Podemos ter um conjunto de entidades e organizações que podem estar cá [no distrito do Porto], ter extensões cá, onde os autarcas e a população possam usufruir sem se deslocarem a Lisboa”, explicou.
Sérgio Humberto apontou, assim, como objectivo “ter um espaço na cidade do Porto onde membros do Governo possam reunir com autarcas, resolver problemas de empresas e de pessoas”.
O candidato afirmou estar “bastante confiante” para a disputa eleitoral uma vez que, disse, já tem provas dadas: “Nestes dois anos aumentamos o número de militantes, que vínhamos a perder, somos a maior distrital do país. Vencemos umas eleições legislativas, o que foi fundamental e não acontecia desde 2015, e tivemos um resultado fantástico nas europeias”.
O ex-autarca lamentou, no entanto, a altura “da luta” partidária: “Umas eleições são sempre de enaltecer, mas, se calhar, estas lutas não deviam acontecer neste tempo, mas é o tempo dos calendários. Depois do dia seis temos de juntar alguns cacos numa ou outra secção, mas vamos juntar todos os cacos e ganhar as autárquicas”, garantiu.
À liderança da Distrital do PSD do Porto, além de Sérgio Humberto, já se assumiu como candidato o antigo presidente da câmara de Penafiel Alberto Santos.
As eleições para a Comissão Politica Distrital do PSD do Porto ocorrem dia 6 de Setembro, em paralelo com as eleições directas para a liderança do PSD, em que será recandidato Luís Montenegro.