Primeiros meses do São Carlos fora de portas passam pela Área Metropolitana de Lisboa

O teatro anuncia “uma viagem musical que passa por nove concelhos, numa forte aposta na divulgação do património musical português”, a cargo da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do TNSC.

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O Teatro Nacional de São Carlos será alvo de obras de reabilitação Rui Gaudêncio
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A primeira temporada integral do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) fora de portas arranca em Setembro com espectáculos em várias localidades, mas a maioria da programação até Dezembro está concentrada na Área Metropolitana de Lisboa.

Com o edifício do São Carlos encerrado desde quinta-feira, devido às obras de requalificação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a próxima programação deste teatro nacional acontecerá em itinerância, à semelhança do que aconteceu com o D. Maria II, fechado pelas mesmas circunstâncias.

Na programação anunciada esta sexta-feira, o TNSC destaca “uma viagem musical que passa por nove concelhos, numa forte aposta na divulgação do património musical português”, a cargo da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do TNSC.

O calendário, que vai apenas até Dezembro, abrirá no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, com a orquestra sinfónica e o coro a interpretarem a 8.ª sinfonia de Mahler (dias 15 e 17 de Setembro) e com o concerto Amália na América (22 de Setembro), este com a participação das fadistas Raquel Tavares, Ricardo Ribeiro e Cristina Branco.

Um dos destaques que o TNSC faz da nova temporada, incluindo já 2025, é a propósito dos 500 anos do nascimento do poeta Luís de Camões, num ciclo que abrirá com o concerto Madrigais Camonianos, a apresentar em Lisboa, Mafra, Sintra e Torres Novas (distrito de Santarém).

Fora da Área Metropolitana de Lisboa, além Torres Novas, a nova temporada estará no distrito do Porto, nomeadamente com a ópera para crianças O Rouxinol, de Sérgio Azevedo, no Teatro Nacional São João, a 31 de Outubro e 1 de Novembro, ou com a opereta Maria da Fonte, de Augusto Machado, que abrirá a 1.ª edição do Festival Internacional de Artes e Ópera do Porto, no Coliseu do Porto.

Haverá ainda concertos de câmara com a soprano Rafaela Albuquerque em Lisboa, Sintra, Vila Franca de Xira e Penafiel (distrito do Porto).

Entre as propostas musicais está também um cineconcerto em Lisboa, com a orquestra sinfónica a interpretar Richard Strauss para o filme mudo Der Rosenkavalier (1926), de Robert Wiene.

No Teatro Camões, em Lisboa, que se prevê reaberto no Outono já depois das obras no âmbito do PRR, está prevista a interpretação musical de Alice no País das Maravilhas, em Dezembro pela Companhia Nacional de Bailado, com música de Tchaikovski. Aliás, a Companhia Nacional de Bailado não estará em itinerância na temporada anunciada esta sexta-feira.

É de realçar ainda um concerto de câmara da orquestra sinfónica a 17 de Novembro no Montijo, com a interpretação de duas versões de A Ópera de Três Vinténs, sob a direção de João Paulo Santos.

Concurso para novo director artístico em Outubro

A nova temporada foi coordenada pela comissão artística do teatro nacional, com o maestro João Paulo Santos, director de estudos musicais, com Antonio Pirolli, maestro titular da Orquestra, e com Giampaolo Vessella, maestro titular do Coro.

Esta comissão artística está em funções na sequência da saída do director artístico Ivan van Kalmthout, que cessou funções a 4 de Julho, por acordo com a administração do teatro nacional, apenas um ano depois de ter assumido o cargo.

A abertura do concurso internacional para novo director artístico está prevista para o mês de Outubro, disse fonte do TNSC à agência Lusa em Julho.

O TNSC encerrou esta semana para que o edifício seja esvaziado, antes de terem início as obras de reabilitação, no âmbito do PRR, cuja conclusão está prevista para a segunda metade de 2026.

O projecto de conservação, restauro, reabilitação e modernização deste teatro nacional conta com um orçamento global de 32,7 milhões de euros.

Até à conclusão das obras e reinstalação de equipas, acervos e equipamentos, a equipa do São Carlos, num total de 250 pessoas, instalar-se-á no edifício do Tribunal da Boa-Hora, em Lisboa, com acervos temporariamente depositados, conforme a sua natureza, em instalações da Academia das Ciências de Lisboa, do Museu Nacional da Música e do Museu Nacional de Arte Contemporânea.