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Amazónia: incêndios em Julho atingem o valor mais elevado das últimas duas décadas

Os satélites detectaram 11.434 focos de incêndio na Amazónia em Julho, o maior número para esse mês desde 2005, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) do Brasil.

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Vegetação arde na floresta amazónica do Brasil perto de Manicore, estado do Amazonas, Brasil, 3 de Agosto de 2023 REUTERS
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Fumo de um incêndio eleva-se no ar enquanto as árvores ardem entre a vegetação na floresta amazónica brasileira perto de Humaitá, estado do Amazonas REUTERS
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Fumo de um incêndio na floresta amazónica brasileira perto de Humaitá, estado do Amazonas REUTERS
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O número de incêndios na região da floresta amazónica brasileira atingiu um recorde para o mês de Julho em quase duas décadas, mostraram dados do governo divulgados esta quinta-feira, no meio de uma seca na região impulsionada pelas mudanças climáticas.

A Amazónia, a maior floresta tropical do mundo, desempenha um papel vital na contenção do aquecimento global devido à grande quantidade de gases com efeito de estufa que absorve.

Os satélites detectaram 11.434 focos de incêndio na Amazónia em Julho, o maior número para esse mês desde 2005, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) do Brasil. Os focos de incêndio são o indicador mais rápido do estado das queimadas na região, mas não indicam a gravidade dos incêndios.

Dados mais lentos e precisos até Junho, que acompanham a área queimada, mostraram que 17.582 km2 foram queimados na Amazónia, a maior área desde 2003.

A seca que assola a Amazónia desde o ano passado significa que há mais vegetação seca para alimentar os incêndios, que atingem frequentemente o seu pico entre o final de Agosto e o final de Setembro.

Os incêndios na floresta húmida da Amazónia não ocorrem naturalmente, são ateados pelos humanos, muitas vezes agricultores que procuram limpar terrenos para cultivar soja ou criar gado.

Na quarta-feira, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou uma nova lei para controlar os incêndios durante uma visita ao Pantanal, que faz fronteira com a Amazónia e que também está a sofrer incêndios intensos mais cedo do que o habitual. A nova lei proíbe a prática de atear fogo para destruir florestas ou outra vegetação nativa para a agricultura ou outro uso alternativo, com excepções limitadas. Lula disse na rede social X que a lei também melhorará o combate aos incêndios.

Lula comprometeu-se a restaurar as credenciais ambientais do Brasil após anos de aumento da desflorestação, prometendo também acabar com a desflorestação até 2030.

Fora do Brasil, a Bolívia e a Venezuela também estão a sofrer incêndios recorde nas suas regiões da Amazónia.

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