Fantástica carreira de Marta pode ter terminado com um cartão vermelho

Cartão vermelho frente à Espanha pode ter antecipado o final da sua carreira. Futew« brasileira tem currículo notável.

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Momento em que Marta abandona o relvado após receber ordem de expulsão Susana Vera/REUTERS
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O Brasil foi derrotado pela Espanha na última jornada do Grupo C do torneio olímpico de futebol feminino, mas acabou repescado para os quartos-de-final, por ter sido uma das duas melhores selecções que terminaram a fase de grupos no terceiro lugar. Este sábado, a “canarinha” defronta a França, mas não irá contar com a sua principal jogadora, Marta. O cartão vermelho que recebeu devido a uma entrada perigosa sobre a espanhola Olga Carmona nos últimos segundos da primeira parte afasta-a desde já desse embate e só em caso de vitória e de o castigo não ser superior a um jogo é que Marta voltará a envergar a camisola 10 da selecção brasileira. Caso contrário, será o fim da carreira da “Rainha do Futebol”, que tinha anunciado retirar-se após os Jogos Olímpicos de Paris.

Antes de entrar em campo, Marta foi presenteada pela federação brasileira (CBF) com uma camisola com o número 200, referente ao número de jogos pela selecção do Brasil. “É importante falar o que representa a Marta. Começou a jogar com 14 anos em Dois Riachos, por seis vezes foi eleita a melhor do mundo, superou todos em conquistas e performances. É a maior artilheira das selecções de todos os tempos. Na condição de presidente da CBF e membro do Conselho da FIFA e do Conselho da Conmebol, tenho a honra de entregar essa camisa alusiva aos 200 jogos para você, Marta”, justificou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Quanto à jogadora e como é seu hábito foi rápida a dividir o mérito com as colegas da equipa. “Obviamente, ao longo desses 200 jogos, eu tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas, algumas delas marcaram a minha vida e marcam até hoje. Todas foram muito importantes para que eu pudesse chegar a esse número. Nada que conquistei até aqui foi sozinha e sempre deixei isso claro. Desde o primeiro momento que eu decidi fazer um desporto colectivo, a minha vida sempre foi pautada no colectivo”, explicou Marta.

A futebolista nascida há 38 anos no estado de Alagoas estreou-se na selecção em 2002 e é a recordista de golos em Campeonatos do Mundo, com 17 em seis edições e 23 jogos. Esta é a sua sexta presença nos Jogos Olímpicos, tendo conquistado duas medalhas de prata: na estreia em Atenas (2004) e Pequim (2008). No início deste ano, Marta foi homenageada pela FIFA com um prémio especial, em reconhecimento pela contribuição que deu ao futebol feminino. E doravante, a vencedora do golo mais bonito do ano receberá o Marta Award.

O Brasil perdeu com a França nos dois duelos mais recentes: nos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo de 2019, e na fase de grupos do Mundial de 2023. Na memória ficou o discurso que Marta fez em 2019, após a derrota diante da França, apelando ao apoio ao futebol feminino: “Choramos no início para que vocês possam sorrir no fim.”

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