Mosquitos da dengue mais comuns na Europa: Espanha está a esterilizar machos

Laboratório espanhol esteriliza milhares de mosquitos machos da espécie Aedes albopictus para evitar surtos de dengue no país. Alterações climáticas estão a tornar insecto mais comum na Europa.

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Um mosquito-tigre-asiático (Aedes albopictus) fotografado num microscópio óptico, 20 vezes ampliado, em Moncada, Valência Eva Manez/REUTERS
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Caixas com mosquitoes onde se cruzam e as fêmeas pôem os ovos Eva Manez/REUTERS
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Um mosquito-tigre-asiático fotografado num microscópio óptico, 20 vezes ampliado Eva Manez/REUTERS
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Ovos de mosquitos-tigre-asiáticos são colocados nos tubos num laboratório em Moncada, em Valência, Espanha Eva Manez/REUTERS
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Um mosquito-tigre-asiático fotografado num microscópio óptico, 20 vezes ampliado Eva Manez/REUTERS
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Um laboratório espanhol está a criar milhares de mosquitos-tigre-asiátiacos (Aedes albopictus) estéreis para combater a dengue e outras doenças, já que as alterações climáticas encorajam a disseminação daquela espécie invasora na Europa.

Usando um acelerador de electrões, o Centro de Controlo Biológico de Pragas, em Valência, financiado pelo governo regional, esteriliza e liberta cerca de 45.000 mosquitos machos todas as semanas para que eles possam acasalar, sem haver reprodução, com as fêmeas – cuja picada transmite doenças entre os seres humanos – e, por fim, reduzir a população geral de mosquitos.

"É uma espécie que se está a tornar mais comum com as alterações climáticas. Há um ambiente favorável para o seu desenvolvimento por períodos maiores ao longo do ano e as suas populações estão a aumentar", disse Vicente Dalmau, que pertence ao departamento de saúde, agricultura e pesca da região de Valência.

Os espécimes usados para a reprodução vêm da região, e os cientistas usam uma máquina para separar as pupas fêmeas das pupas macho, antes de usar a radiação para esterilizar os machos.

As técnicas de esterilização têm sido usadas em outras partes do mundo. Mas o laboratório, que já tinha experiência com a mosca-da-fruta, é pioneiro no uso daquela tecnologia no mosquito-tigre-asiático na Europa, numa altura de preocupação crescente com o aumento de doenças transmitidas por aquele insecto, como a dengue, o zika e o chikungunya.

Dados do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças mostram um aumento de casos de dengue importados de regiões onde a doença é endémica, bem como um número crescente de surtos na Europa do vírus do Nilo Ocidental e da dengue.

O mosquito-tigre-asiático está a espalhar-se para o norte, o leste e o oeste da Europa, e agora tem populações autónomas em 13 países, incluindo a Espanha. Em Portugal continental, o mosquito já foi detectado em várias regiões do país, como em Lisboa, no Algarve, no Alentejo e no Norte. Esta quinta-feira, a Direcção-Geral da Saúde anunciou que o mosquito foi identificado em Lisboa e em Pombal. Neste contexto, a DGS recomendou a prevenção e o controlo das populações deste insecto.

Em 2023, a Organização Mundial da Saúde disse que as taxas de dengue estavam a aumentar globalmente, com os casos registados desde 2000 a subirem oito vezes, chegando aos 4,2 milhões em 2022. Os peritos acreditam que um clima mais quente está a ajudar os mosquitos a multiplicarem-se mais rapidamente.