PAN pede audição de Paulo Rangel sobre familiares de portugueses retidos em Gaza

PAN quer que o ministro dos Negócios Estrangeiros esclareça que diligências estão a ser tomadas pelo Governo para retirar 143 familiares de cidadãos portugueses retidos na Faixa de Gaza.

Foto
PAN quer ouvir Paulo Rangel na comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas ANTÓNIO PEDRO SANTOS / LUSA
Ouça este artigo
00:00
02:12

O PAN pediu, esta quarta-feira, a audição parlamentar do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, sobre as tentativas de vários cidadãos portugueses de retirar familiares retidos na Faixa da Gaza, pretendendo saber quais as diligências que estão a ser feitas pelo Governo.

Num requerimento do partido da deputada única Inês de Sousa Real, o PAN refere que segundo a informação que recebeu "vários cidadãos portugueses tentam retirar os seus familiares que ainda se encontram retidos na Faixa de Gaza, num total de 143 pessoas".

Apesar de compreender "a situação diplomática complexa", o PAN considera que tendo em conta o "carácter crítico e urgente desta situação" é preciso saber quais as "diligências o Governo português se encontra a tomar para retirar as 143 pessoas", que são familiares de portugueses. "E que medidas adicionais podem ser tomadas para proteger e resgatar os familiares de cidadãos portugueses que se encontram nesta situação", refere.

Para isso, o partido de Inês de Sousa Real quer que Paulo Rangel dê os esclarecimentos necessários na comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas "sobre as diligências tomadas e as soluções previstas para esta questão humanitária urgente referente a mais de uma centena de pessoas".

"Demonstrativa dessa situação é a do cidadão português João Tomás Bossa, residente no Luxemburgo, e casado com Wafaa Abo Zarifa, cidadã de nacionalidade palestiniana e luxemburguesa, que tem, neste momento, cerca de 20 familiares retidos na Faixa de Gaza", exemplifica

Segundo o PAN, no passado o Governo português permitiu a retirada da sogra deste cidadão de Gaza, mas o sogro e restantes familiares permaneceram na região.

"Em Março, o Governo português anunciou a evacuação de 14 pessoas com ligação a Portugal da Faixa de Gaza, mencionando que o sucesso desses esforços depende das posições das autoridades locais", acrescenta ainda.

A guerra em Gaza começou a 7 de Outubro, após o ataque do Hamas que matou cerca de 1.200 pessoas. O grupo também fez 250 pessoas reféns.

A operação de retaliação de Israel destruiu bairros inteiros e obrigou cerca de 80% da população a fugir das suas casas. Mais de 39.000 palestinianos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não faz distinção entre civis e combatentes na sua contagem.