Obras para reabrir Linha de Leixões ao serviço de passageiros arrancam em Agosto
Infra-Estruturas de Portugal diz que todas as estações e apeadeiros serão dotados de sinalética, abrigos, mobiliário urbano, iluminação e expositores para informação ao público.
Seis meses depois do protocolo assinado entre a Infra-Estruturas de Portugal (IP), a CP e a Câmara de Matosinhos para prepararem a Linha de Leixões para o serviço de passageiros, vão ter início as obras de construção de plataformas provisórias nos dois novos apeadeiros de Hospital de São João e Arroteia. Trata-se, na prática, de criar duas paragens em dois locais onde nunca houve paragem de comboios (a linha fechou ao serviço de passageiros em 1987) e que agora se justificam pelo potencial de tráfego existente nas proximidades.
Já na antiga estação de São Gemil vai ser necessário construir uma plataforma para os passageiros poderem entrar e sair dos comboios, bem como altear a já existente por forma a ficar nivelada com a entrada das composições. Em Contumil, estação que é comum à Linha do Minho, será necessário altear duas plataformas para poder servir os comboios destinados ao ramal de Leixões.
De acordo com fonte oficial da IP, “todas as dependências existentes e novas serão dotadas de sinalética, abrigos, mobiliário urbano, iluminação, expositores para informação ao público e infra-estruturas para instalação de equipamentos de venda e validação”, ficando assim estas estações com condições idênticas às de toda a rede de suburbanos do Porto.
A mesma fonte diz que “o valor de investimento envolvido ascende a cerca de 700 mil euros e as intervenções, tal como está definido no protocolo assinado pela IP, o Município de Matosinhos e a CP, serão concluídas até Dezembro de 2024”.
Por parte da Câmara de Matosinhos, esta obriga-se a “garantir as acessibilidades e as correspondentes condições de segurança às novas paragens de Hospital de São João e Arroteia, a partir da actual malha urbana, priorizando a mobilidade activa”, e realizar os trabalhos de requalificação e beneficiação das acessibilidades às estações de São Mamede Infesta e Leça do Balio. Nesta última, o município terá de fazer a ligação das passagens superiores pedonais sobre a via-férrea e duas estradas existentes na proximidade da zona da Lionesa.
Fonte oficial do município diz que “o arranque dos trabalhos carece da necessária articulação e calendarização das obras a realizar pela IP, prevendo-se a execução durante o último quadrimestre do ano em curso, mantendo o prazo de abertura protocolado para o mês de Dezembro de 2024”.
A CP, sendo a empresa transportadora, só entra em cena quando as infra-estruturas assim o permitirem. E foi isso que a empresa respondeu ao PÚBLICO: “À CP apenas compete promover a exploração do serviço ferroviário de passageiros na Linha de Leixões e, para que tal aconteça, estamos dependentes das obras estruturais e de beneficiação que foram assumidas pela IP e pelo município de Matosinhos.”
Ainda assim, o operador ferroviário terá de pagar um milhão de euros que será distribuído pela IP e Câmara de Matosinhos, visto que o protocolo estima em três milhões os custos da reabertura, divididos em partes iguais pelas três entidades.
A CP, para já, apenas tem de preparar os horários dos comboios e preparar a oferta que deverá ser de duas composições por hora em cada sentido, sendo que uma só circula entre Leça do Balio e Campanhã e a outra deverá seguir para Aveiro.