Valores de ozono perigosos previstos para o centro da Europa, avisa Copérnico

Onda de calor provoca pico alto de concentrações de ozono atmosférico em várias cidades da Europa. Aviso do programa Copérnico mantém-se até domingo.

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Mapa com a previsão de ozono superficial para 31 de Julho, na Europa Serviço de Monitorização Atmosférica do Copérnico/União Europeia
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Quem saiu à rua esta quarta-feira em cidades europeias como Paris, Milão e Frankfurt terá estado sujeito a respirar concentrações de ozono atmosférico acima dos valores recomendáveis, de acordo com as estimativas do Serviço de Monitorização Atmosférica do Copérnico, programa da União Europeia. A onda de calor que está afectar parte da Europa está por trás do aviso daquele programa para concentrações altas de ozono à superfície entre 29 de Julho e 4 de Agosto. Ou seja, até domingo.

“Prevêem-se picos de ozono superficial para a região de Paris, o Benelux, a Alemanha e o vale do Pó, na Itália”, lê-se no comunicado do Copérnico.

Ao contrário da camada de ozono situada na estratosfera, entre uma altitude de 20 e 35 quilómetros, que nos protege dos raios ultravioleta, o ozono que se produz à superfície e que está em contacto com os humanos, pode (em concentrações altas) causar vários problemas de saúde. A nível do sistema respiratório, este gás pode provocar tosse, dificultar a respiração, inflamar e danificar as vias respiratórias, agravar as doenças pulmonares já existentes e tornar os ataques de asma mais frequentes.

As temperaturas altas e a luz solar causam reacções químicas que transformam gases como os óxidos de azoto e os compostos orgânicos voláteis em moléculas de ozono (O3), que se acumulam à superfície. Por isso, as horas mais quentes do dia são as horas em que a concentração de ozono será mais alta. Este problema está ligado à poluição atmosférica, “frequentemente emitida a partir de locais que estão longe dos sítios onde ocorre a poluição” de ozono, explica-se no comunicado.

As recomendações europeias dizem que a concentração média diária de ozono ao longo de oito de horas seguidas não pode ultrapassar os 120 microgramas por metro cúbico (µg/m3), segundo a Directiva Europeia para a Qualidade do Ar Ambiente. De acordo com a mesma directiva, que sofreu uma revisão de Abril último, é possível exceder aquele valor apenas em 18 dias do ano (anteriormente poderia ser excedido em 25 dias).

Para esta quarta-feira, o Copérnico previa concentrações máximas de 180 µg/m3 para Frankfurt e Milão, 170 µg/m3 para Paris, onde estão a decorrer os Jogos Olímpicos, 150 µg/m3 para Amesterdão e Bruxelas, 130 µg/m3 para Berlim e Londres, e 100 µg/m3 para Lisboa.

Segundo o Copérnico, “há uma clara correlação entre as temperaturas extremamente quentes e valores altos de ozono à superfície”, por isso “há uma necessidade de mitigar as fontes de emissões [de gases com efeito de estufa] tanto a escalas locais como a escalas globais”, explica o comunicado. Ou seja, esta é mais uma repercussão do aquecimento global causado por aquelas emissões.