A colónia de “gatos parlamentares” deve ser reconhecida? É o que o PAN quer

O PAN propôs ao Parlamento o reconhecimento e registo da colónia de gatos que habita nos jardins da Assembleia. A proposta prevê tratamento permanente e um registo de saídas e entradas dos animais.

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Gatos que vivem na Assembleia da Republica Rui Gaudêncio
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Lina Gomes reformou-se mas cuidava dos gatos Rui Gaudêncio
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O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) entregou no parlamento um projecto de resolução que propõe o reconhecimento e registo da colónia de gatos residente nos jardins do órgão legislativo e a prestação de cuidados em permanência destes animais por parte de voluntários.

No documento, o partido representado no parlamento pela deputada Inês Sousa Real propôs que esta colónia, conhecida como "Gatos Parlamentares", tenha, além de tratamento permanente por parte de voluntários, um registo interno actualizado de todas as saídas e entradas de animais e da sua situação clínica.

O PAN entendeu também que deve ser promovido o acesso gratuito a serviços de esterilização e desparasitação destes animais e ao respectivo acompanhamento médico pós-operatório e promovida a aquisição e manutenção dos abrigos da colónia e das placas sinalizadoras da sua existência.

Estas diligências devem ser promovidas, de acordo com este projecto de resolução, em parceria com o Centro de Recolha Oficial de Animais de Lisboa e com a Autoridade Sanitária Veterinária Concelhia.

O parlamento deve também, pediu o partido, "assumir as despesas relacionadas com a manutenção da colónia, incluindo as resultantes da respectiva alimentação e de prestação de cuidados médico-veterinários" e criar uma edição dedicada, através da Biblioteca parlamentar, ao registo da existência dos "Gatos Parlamentares".

O objectivo desta proposta é que o cuidado destes animais "não fique apenas dependente da benevolência do Presidente da Assembleia da República, do Secretário-Geral ou do Conselho de Administração". É "uma boa prática relativamente ao bem-estar e protecção das colónias de gatos, à semelhança do que tem sido feito por outras entidades públicas e privadas".

Na exposição de motivos da proposta, o PAN lembrou que os "Gatos Parlamentares" acompanharam "diferentes legislaturas, trabalhadores da Assembleia ou visitantes" ao longo dos anos e que "com o devir dos tempos e da era das redes sociais, alguns dos gatos parlamentares têm hoje, inclusivamente, redes sociais a estes dedicados".

"Uma das presenças mais emblemáticas da Assembleia da República é a do Tobias, o gato parlamentar que reside no jardim interior do Palácio de S. Bento e que, especialmente nos dias frios de Inverno, circula frequentemente nos corredores do Palácio, tendo inclusive chegado a ficar fechado na sala do Senado", sublinhou o partido.

Neste momento, recordou o PAN, "embora o gato Tobias seja o mais conhecido" vivem nos jardins do Palácio de São Bento "cinco gatos - o Tobias, a Guidinha, o Totó, o Rudi e a Farrusca" - que recebem cuidados das assessoras parlamentares.

O partido lembrou também a enfermeira Lina Gomes, afecta ao Centro Clínico da Assembleia da República, que se reformou recentemente e em "mais de 20 anos de serviço sempre se bateu por a garantia de um tratamento digno a estes animais".