Festival de comidas do mundo chega à Amadora em Setembro

De 13 a 15, a associação Crescer, que trabalha com pessoas em situação de sem abrigo, vai pôr chefs a cozinhar ao lado da população deste município e fazer uma festa gastronómica multicultural.

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Desta vez É Um Encontro e vai acontecer na Amadora em torno das gastronomias do mundo. O projecto da Crescer com as populações em situação de sem-abrigo continua a alargar-se e em Setembro, de 13 a 15, assumirá a forma de um festival, em parceria com a Câmara Municipal da Amadora e integrado na programação do Amadora em Festa 2024.

“Vai ser um festival gastronómico, no Parque Central da Amadora, no qual vamos mostrar as competências de pessoas que vivem no concelho e unir a isto chefs da grande restauração. Vamos juntar saberes”, afirma Américo Nave, o responsável da Crescer.

Vai haver comida de rua e venda de produtos do mundo, um roteiro gastronómico pelo bairro, apresentações de cozinha com chefs como Nuno Bergonse, que tem sido o consultor e responsável pela coordenação da parte gastronómica de todos os projectos É Um…, André Cruz do Feitoria do Hotel Altis Belém (uma estrela Michelin), Chakall, David Jesus, Hugo Nascimento, Renato Bonfim e Sahima Hajat. E ainda uma programação cultural que envolverá também as comunidades locais.

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Américo Nave, responsável da Crescer DR
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Nuno Bergonse, chef consultor e responsável pela coordenação da parte gastronómica de todos os projectos da Crescer DR

Tudo começou em 2019 com É Um Restaurante, projecto sediado na Rua de São José, em Lisboa, no qual pessoas em situação de vulnerabilidade podem formar-se para vir a trabalhar em restauração.

Na Amadora, a Crescer – que trabalha em Portugal há 23 anos e acompanha regularmente mais de 2000 pessoas em situação de vulnerabilidade – já dava apoio a estas populações através da sua equipa de rua e possui um espaço de drop-in diurno, onde quem necessita pode almoçar, tomar banho, trocar de roupa, descansar ou simplesmente carregar o telemóvel.

A partir desse trabalho conjunto surgiu o desafio da Câmara para uma colaboração mais alargada, que, no futuro, revela Américo Nave, deverá materializar-se num restaurante na Amadora, com comidas do mundo e integração no mercado de trabalho da população deste município que se encontre em situação de vulnerabilidade.

“Este território é riquíssimo a nível cultural, artístico e gastronómico. Esta multiculturalidade torna-nos muito ricos em várias dimensões”, sublinha o responsável da Crescer, explicando que desde Janeiro há uma equipa que tem estado a preparar as bases do festival, organizando micro eventos em torno da comida, para ir testando o que poderá resultar melhor, e colaborando para isso com diversas associações locais.

Para além dos apoios que já existem, o objectivo é atrair mais parceiros, públicos ou privados, que queiram junta-se ao É Um Encontro. “Temos financiamento para os primeiros dois anos, mas o que pretendemos é que depois disso o festival se torne financeiramente autónomo”, explica Américo Nave.

Quando ao público, o grande objectivo é que “venha gente de fora do município” e que isso ajude a derrubar “as fronteiras entre a capital e as cidades da sua periferia”. A Amadora promete daqui para a frente marcar encontro uma vez por ano para mostrar a sua diversidade cultural numa festa com sabores vindos de todo o mundo.

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