Começou a campanha do ouro de Léon Marchand

Nadador francês conquistou o seu primeiro título em Paris nos 400m estilos. Talvez seja o primeiro de cinco.

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Léon Marchand, nadador francês Evgenia Novozhenina / REUTERS
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O grande herói francês dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 chegou. Léon Marchand começou neste domingo uma campanha que se espera ser recheada de ouro, com um triunfo na final dos 400m estilos e não foi apenas uma vitória para uma simples medalha. Foi uma vitória com estrondo e celebrada ruidosamente pelo público que enchia a arena de La Defénse. Será a primeira de cinco medalhas de ouro para Marchand? Veremos. Mas começou bem.

Marchand partiu na frente e acabou na frente. E, pelo meio, andou sempre na frente, a cavar distâncias para a concorrência, a nadar contra si próprio – por outras palavras, a tentar bater o seu próprio recorde mundial. Estava em ritmo de o fazer, mas acabou “apenas” com o recorde olímpico, mais um que tirou a Michael Phelps – 4m02,95s, a menos de meio segundo do seu recorde mundial, 4m02,60s. E os outros? Pode dizer-se que houve uma grande disputa pelos outros lugares do pódio, com o japonês Tomoyuki Matsushita a ficar com a prata (4m08,62m) e o norte-americano Carson Foster com o bronze (4m08,66s).

Esta está a ser a segunda participação olímpica de Marchand e, para se ter uma ideia de como ele evoluiu nos últimos três anos, aqui fica o tempo que ele fez na final dos 400m estilos em Tóquio: 4m11,16s, quase mais nove segundos do que fez agora em Paris. Uma enormidade em natação e um testemunho de como tem resultado o trabalho com Bob Bowman na Universidade do Arizon – Bowman foi o treinador de Michael Phelps e isso ajuda a explicar as comparações com a “Bala de Baltimore”.

E, tal como Phelps, Marchand quer ganhar o máximo possível. Phelps ganhou 27 medalhas de ouro em quatro Jogos Olímpicos diferentes (de 2004 a 2016), Marchand ainda só ganhou uma e quer ganhar mais quatro – ainda vai participar nos 200m estilos, 200m mariposa, 200m bruços e estafetas de 4x100m estilos, mas o seu calendário ainda não é tão carregado como era o de Phelps, que também nadava em estilo livre e participava em mais estafetas e que, em Pequim 2008, chegou às oito medalhas de ouro.

“Sonhei muito com isto, todos nós sonhámos. Fazer isto na minha terra é muito fixe. A atmosfera foi fantástica. Senti arrepios antes e durante a corrida. Quando estava nos bruços, ouvi todos a gritarem por mim. Foi especial ganhar aqui”, declarou o francês de 21 anos.

Surpresa italiana

Por nadar e ganhar em casa, Léon Marchand foi a grande figura do segundo dia da natação olímpica mas não foi o único campeão. Nos 100m mariposa femininos, foi um duelo norte-americano até ao último metro, com Torri Huske a superiorizar-se a Gretchen Walsh, com a chinesa Zhang Yufei.

A outra grande história do dia estava reservada para a final dos 100m bruços e para uma redenção olímpica de Adam Peaty, o nadador britânico que, em Março do ano passado, tirou um tempo para lidar com problemas de saúde mental. E a piscina olímpica de Paris serviria para ver como seria o embate de Peaty com Qin Haiyang, o chinês que tomou conta dos bruços enquanto o britânico esteve ausente. Nenhum deles ficou com o ouro.

Enquanto os olhos de toda a gente estavam focados em Peaty e Qin, foi o italiano Nicolò Martinenghi a ficar com o ouro. Martinenghi, que partiu da pista sete e já tinha sido bronze nesta distância em Tóquio 2020, chegou-se à frente nos últimos metros, terminando com 59,03s, à frente de Peaty e o norte-americano Nic Fink, que ficaram, respectivamente, com prata e bronze, fazendo o mesmo tempo (59,05s). Quanto a Qin, que foi um dos nadadores chineses envolvidos num recente escândalo de doping, ficou num inesperado sétimo lugar.

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