Morreu o compositor alemão Wolfgang Rihm

Figura proeminente da música contemporânea, escreveu centenas de obras, espalhando-se por vários formatos e instrumentos diferentes.

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Wolfgang Rihm em 2010, em Veneza, Itália Barbara Zanon/Getty Images
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“Dificilmente existe um instrumento para o qual ele não tenha escrito”, escreve neste sábado o diário alemão Süddeutsche Zeitung. Wolfgang Rihm, “estrela mundial” da música contemporânea que ao longo da vida compôs mais de 500 obras, espalhando-se por vários formatos diferentes, morreu esta sexta-feira, aos 72 anos.

Tinha apenas 11 quando começou a tentar compor. Mais tarde, seria aluno de Eugen Werner Velte, na cidade de Karlsruhe, onde nasceu, de Karlheinz Stockhausen, em Colónia, ou de Klaus Huber, em Friburgo.

Nascido a 13 de Março de 1952, Wolfgang Rihm escreveu óperas, peças orquestrais, música para violino e piano, recitais para vários instrumentos diferentes e trabalhos de teatro musical, por exemplo. Foi, assinala o Süddeutsche Zeitung, da canção à música sacra, da sinfonia ao ballet. As óperas Jakob Lenz (estreada em 1979), The Hamlet Machine (1987), baseada na peça homónima do dramaturgo Heiner Müller, e Dionysos (2010), baseada em Ditirambos de Dionísio, colecção de nove poemas de Friedrich Nietzsche, estão entre as suas obras mais importantes.

“Rihm é compositor compulsivo”, escreveu Cristina Fernandes, crítica de música do PÚBLICO, em 2011, ano em que o alemão foi compositor residente na Casa da Música, no Porto — da sua estadia resultaram 11 concertos, em que a sua obra foi interpretada pela Orquestra Sinfónica do Porto, pelo Remix Ensemble, pelo Coro Casa da Música e por agrupamentos convidados. Nesse texto, contava-se que, quando Rihm estava em Colónia, recebeu de Stockhausen uma nota que dizia simplesmente: “Caro Wolfgang Rihm, por favor escute apenas a sua voz interior. Com os melhores cumprimentos, Karlheinz Stockhausen.” Durante muitos anos, o bilhete terá permanecido na secretária de Rihm.

O alemão ver-se-ia, no início do seu percurso, associado ao termo “nova simplicidade”, que procurava descrever uma tendência, por parte de compositores alemães surgidos entre o final dos anos 1970 e o início dos anos 1980, para tentar comunicar com o público de forma mais directa que os compositores de vanguarda da geração anterior (que tinha em Stockhausen um dos seus principais nomes). Wilhelm Killmayer, Helmut Lachenmann e Luigi Nono constavam da lista de influências.

Wolfgang Rihm frequentou os célebres cursos de Verão em Darmstadt, por onde passaram vários aspirantes a compositores que se transformaram em figuras primordiais da música contemporânea, e, depois de profissionalizado, leccionou nos mesmos.

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