Inflação mais baixa nos EUA abre porta a descida dos juros da Fed

Taxa de inflação homóloga nos EUA baixou de 2,6% em Maio para 2,5% em Junho, tornando ainda mais provável que o início da descida dos juros por parte da Fed ocorra em Setembro.

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Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana Evelyn Hockstein / REUTERS
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A taxa de inflação nos Estados Unidos da América (EUA) voltou, em Junho, a registar uma ligeira descida, tornando ainda mais provável que a Reserva Federal do país avance para uma descida das taxas de juro na reunião de Setembro.

De acordo com os dados publicados esta sexta-feira pelo Departamento do Comércio dos EUA, os preços dos bens e serviços suportados pelos consumidores norte-americanos registaram uma subida de 0,1% durante o mês de Junho, colocando a taxa de inflação homóloga (variação dos preços face ao mesmo mês do ano anterior) nos 2,5%, ligeiramente menos que os 2,6% que se registaram em Maio.

Estes resultados ficaram em linha com aquilo que era previsto pela maior parte dos analistas e dão força à ideia de que as pressões inflacionistas nos Estados Unidos estão a moderar-se, num cenário que é, neste momento, também de algum abrandamento no consumo. O Departamento do Comércio dá igualmente conta de que o consumo das famílias cresceu 0,3% em Junho, um valor que se segue a 0,4% em Maio.

Os sinais de um progressivo abrandamento dos preços poderão dar a segurança suficiente aos responsáveis da Reserva Federal norte-americana de que podem começar brevemente a aliviar a sua política monetária.

Numa tentativa de contrariar a escalada de preços iniciada no final de 2021 e agravada com o início da guerra na Ucrânia, a autoridade monetária dos EUA fez, em 2022 e 2023, subir as suas taxas de juro de zero para um intervalo situado entre 5,25% e 5,5%, valor em que se encontram já há 12 meses.

A Reserva Federal tem hesitado, ao longo dos últimos meses, em dar início a uma descida das taxas de juro, algo que o Banco Central Europeu (BCE) já fez em Junho para a zona euro, uma vez que nos EUA a persistência da inflação vinha sendo maior, com a criação de emprego e os aumentos salariais a revelarem-se mais positivos do que o previsto.

No entanto, nos últimos dois meses, têm vindo a acumular-se sinais, não só de um abrandamento dos preços, como também de uma perda de vigor no mercado de trabalho.

Por isso, nos mercados, os investidores, que há dois meses não contavam com qualquer corte das taxas de juro até ao final deste ano, passaram agora a ter como expectativa um primeiro corte das taxas de juro de 0,25 pontos percentuais na reunião agendada para Setembro, seguido, no final do ano, de uma nova redução.

Na reunião que termina na próxima quarta-feira e para a qual não se antecipa ainda qualquer mexida nos juros –, o presidente da Fed, Jerome Powell, deverá dar novas indicações relativamente ao que os responsáveis pela condução da política monetária nos EUA estão a planear fazer na reunião seguinte, a de Setembro, e nos outros encontros agendados até ao final do ano.

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