Montenegro avisa contra “lengalenga” de que “está tudo bem” na atractividade fiscal em Portugal
Luís Montenegro falava aos jornalistas no último dia da visita oficial a Angola quando foi questionado se tenciona aplicar já a descida do IRS nas tabelas de retenção da fonte.
O primeiro-ministro avisou esta quinta-feira que, se se continuar “na lengalenga” de que está tudo bem no plano da atractividade fiscal em Portugal, o país pode “perder o comboio da competitividade”.
Luís Montenegro falava aos jornalistas no Porto do Lobito, na província de Benguela, no último dia da visita oficial a Angola que está a realizar desde terça-feira e foi questionado se tenciona aplicar já a descida do IRS nas tabelas de retenção da fonte este ano, após a promulgação de um diploma do parlamento com origem no PS.
“Teremos ocasião de nos próximos dias falar sobre isso”, afirmou, dizendo querer concentrar-se no enquadramento da sua visita a Angola. Questionado se tal poderá acontecer já na sexta-feira, dia de reunião de Conselho de ministros, respondeu: “Logo veremos”.
O primeiro-ministro preferiu destacar que Portugal quer criar um quadro fiscal mais atractivo para que mais empresas estrangeiras, incluindo angolanas, possam investir no país e deixou recados com leitura nacional. “Se perdermos o comboio da competitividade, nomeadamente fiscal, estamos a condenar o país a ter menos investimento. Tendo menos investimento, cria menos riqueza, é mais pobre e terá mais dificuldade em fixar os seus próprios quadros, nomeadamente os seus jovens quadros”, disse.
Luís Montenegro apelou a que em Portugal “as pessoas parem para reflectir” se querem ou não ser mais competitivos que os outros. “Se quisermos estar na lengalenga de que está tudo bem, de que a atractividade fiscal sobre as empresas é para beneficiar os proprietários das empresas, nós estamos a prestar um mau serviço. Não é aos proprietários das empresas, é aos trabalhadores, é às pessoas que querem subir na vida, é às pessoas que andaram a estudar e que querem transformar o conhecimento que adquiriram em capacidade de produzir”, avisou.
“É isto que eu quero para Portugal e é esta mensagem de esperança e de confiança que eu também digo e afirmo e reafirmo a partir de Angola”, frisou.