Jerónimo Martins afunda-se 19% em bolsa após anunciar quebra dos lucros

Os lucros da dona do Pingo Doce caíram 29,1% no primeiro semestre deste ano, atingindo 253 milhões de euros.

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Pedro Soares dos Santos, líder da Jerónimo Martins Maria Abranches
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As acções da Jerónimo Martins estão a desvalorizar-se 19%, para 15,80 euros, na Bolsa de Lisboa, depois de a empresa ter anunciado na quarta-feira que os lucros caíram 29,1% no primeiro semestre.

As acções da Jerónimo Martins fecharam a 19,54 euros na quarta-feira e hoje abriram a 17,50 euros.

À mesma hora, o PSI descia 2,78% para 6707,07 pontos, alinhado com as restantes bolsas europeias.

Depois do fecho do mercado na quarta-feira, a Jerónimo Martins anunciou num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que os lucros caíram 29,1% no primeiro semestre deste ano, atingindo 253 milhões de euros.

“No período, a margem EBITDA [resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações] foi substancialmente pressionada pela combinação do desacelerar significativo da inflação alimentar, num movimento de correcção dos aumentos extraordinários verificados nos anos anteriores, com uma elevada inflação ao nível dos custos, essencialmente motivada pela subida dos salários”, destacou a dona do Pingo Doce, na mesma nota.

Os resultados do grupo incorporam uma dotação inicial de 40 milhões de euros da recém-criada Fundação Jerónimo Martins, informou a empresa.

“O desempenho do segundo trimestre deste ano incorpora, para além da deflação, o efeito negativo de calendário, essencialmente devido à Páscoa, que em 2023 ocorreu no segundo trimestre do ano”, explicou ainda o grupo.

As vendas, por sua vez, cresceram 12,3%, para 16,3 mil milhões de euros, adiantou.

O EBITDA subiu 3,5%, para mais de mil milhões de euros, “acusando a pressão do investimento em preço e da desalavancagem operacional”, referiu o grupo.

Na Polónia, a cadeia Biedronka registou vendas de 11,5 mil milhões, mais 11,9% do que no primeiro semestre do ano passado, e abriu 60 lojas no período (51 lojas líquidas), tendo realizado 104 remodelações.

A Hebe, por sua vez, atingiu vendas de 271 milhões de euros, 30,6% acima do primeiro semestre do ano anterior.

Em Portugal, o Pingo Doce registou vendas de 2,4 mil milhões de euros, um crescimento de 5,9% e o programa de remodelações abrangeu 41 lojas no semestre.

O Recheio registou vendas de 645 milhões de euros, 2,1% acima do primeiro semestre do ano anterior, adiantou a Jerónimo Martins.

Na Colômbia, a Ara contabilizou vendas de 1,4 mil milhões de euros no semestre, 32,1% acima do período homólogo. “A insígnia inaugurou 59 novas lojas, fechando o semestre com um parque de 1349 localizações”, referiu o grupo.