Inapa deverá apresentar na sexta-feira o pedido de insolvência

Distribuidora de papel anunciou apresentação de pedido de insolvência no domingo à noite, depois de reconhecer um buraco de 12 milhões de euros na tesouraria da sua empresa alemã.

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A Inapa tem como maior accionista a holding estatal Parpública Adriano Miranda
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A Inapa deverá apresentar na sexta-feira, dia 26 de Julho, o pedido de insolvência que foi anunciado no passado domingo, depois do problema de tesouraria na subsidiária alemã, que deixou por pagar uma dívida de 12 milhões de euros.

Segundo fonte da Inapa, tudo indica que o pedido de insolvência seja formalizado amanhã em Portugal, na sequência da apresentação à insolvência da empresa alemã, que ocorreu no início da semana – e na segunda-feira de manhã, a administração da Inapa demitiu-se em bloco.

De acordo com o comunicado que a empresa divulgou no domingo, este desfecho é inevitável, já que o negócio alemão representa 60% das vendas do grupo. Esta incapacidade da distribuidora de papel se manter em actividade não foi suficiente para convencer a Parpública (holding que agrega as participações do Estado em empresas), dona de 44% da Inapa, a socorrer a sua participada com um financiamento de curto prazo.

Além da Parpública, a Inapa tem como accionistas a empresa do sector publicitário Nova Expressão (10,5%) e o Novo Banco (6,5%). O resto do capital está disperso por outros accionistas menores.

Com um endividamento superior a 200 milhões de euros, a empresa, que tem 200 trabalhadores em Portugal, apresentou no ano passado um prejuízo de oito milhões de euros. Contudo, em Abril deste ano, quando foi aprovado o relatório e contas de 2023, a administração da empresa não considerava a possibilidade de existirem problemas de tesouraria durante 2024, ao contrário do que afinal aconteceu.

Apesar do pedido de auxílio à Parpública, o Ministério das Finanças corroborou o entendimento da Parpública, da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) e da Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Sector Público Empresarial (UTAM), considerando que a proposta feita pela empresa “não reunia condições sólidas, nem demonstrava a viabilidade económica e financeira que garantisse o ressarcimento do Estado”.

O Ministério das Finanças sublinhou que a empresa não desenvolve uma actividade estratégica para a economia portuguesa, pelo que irá apenas “acompanhar o processo de insolvência”.

As Finanças revelaram também que já estava “em análise [na Parpública] um outro pedido de 15 milhões de euros para reestruturar a empresa”, algo que fonte da Inapa confirmou entretanto. Este pedido de recapitalização incluía em simultâneo uma redução da dívida bancária, superior a 100 milhões de euros, dos quais o BCP é o principal credor, com uma dívida de 85 milhões de euros.

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