O ó, que som tem? Até um tambor nos falou de fonética

O acordo de 1990 vem na senda da redução progressiva de sinais diacríticos, dificultando a clareza da prosódia em milhares de palavras.

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Há pouco mais de um mês, a minha crónica “Ora vamos lá fingir que está tudo bem com a fonética…” provocou vivos comentários, que podemos sintetizar nestas reacções extremadas: “Esta crónica é um absurdo. A fonética não se guia pela ortografia”; ou: “Absurdo é achar que a fonética não se guia nada pela escrita.” O recente livro de Manuel Monteiro, aqui referido na passada semana, já esclarece, e bem, dando-nos vários exemplos (ver págs. 205-206) de como um grande número de palavras alteradas pelo Acordo Ortográfico de 1990 tem ganhado leituras absurdas nos meios de comunicação sonoros, em particular na televisão (exemplo: no dia 8 de Junho, num noticiário da SIC, ouvimos “projêto” em lugar de “projecto” com “e” aberto).

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