Terra bate o recorde de dia mais quente pelo segundo dia consecutivo

Segunda-feira, dia 22 de Julho, ultrapassou o recorde do dia anterior. A temperatura média global do ar à superfície subiu para 17,15 graus Celsius - 0,06 graus mais do que o registo de domingo.

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Um homem tenta refrescar-se com água na cabeça durante uma onda de calor no Paquistão, em Julho de 2024 REHAN KHAN / EPA
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Tal como os cientistas previam, o recorde do dia mais quente alguma vez registado que se declarou para dia 21 de Julho (domingo) foi rapidamente destronado. A passada segunda-feira, 22 de Julho, detém agora o pesado título do dia mais quente de que há registo, de acordo com dados preliminares do Copérnico, programa de monitorização do clima da União Europeia. E os recordes prometem continuar a cair esta semana.

A temperatura média global do ar à superfície subiu para 17,15 graus Celsius - 0,06 graus mais alta do que o recorde marginal de domingo, de acordo com o serviço europeu Copérnico, que tem vindo a acompanhar estes padrões desde 1940. O último recorde de quatro dias consecutivos tinha sido estabelecido no início de Julho de 2023. Antes disso, o dia mais quente tinha sido em Agosto de 2016.

“A segunda-feira passada pode ter estabelecido um novo recorde global para a temperatura média global absoluta mais quente de sempre, ou seja, há dezenas de milhares de anos”, afirmou o climatologista Karsten Haustein, da Universidade de Leipzig, na Alemanha.

Nos últimos dias, cidades do Japão, Indonésia e China registaram recordes de calor. Também os países do Golfo sofreram com índices de calor - tendo em conta a humidade - superiores a 60 graus Celsius. Entretanto, as temperaturas em partes da Europa ultrapassaram os 45 graus Celsius.

As alterações climáticas, impulsionadas pela queima de combustíveis fósseis, estão na origem deste recorde, segundo os cientistas. Mas, ao contrário do que aconteceu no ano passado, em que as alterações climáticas se combinaram com o padrão climático El Niño para dar início a um novo recorde diário, não foi esse o caso neste mês de Julho.

O climatologista Karsten Haustein destaca essa diferença considerando que é “notável” que o recorde tivesse sido batido agora que o mundo estava em território neutro e já não sentia o impacto do padrão climático do El Niño, — que terminou em Abril — e está associado a um aumento das temperaturas.

Sem a influência de El Niño, os recordes continuam a ser batidos. E segundo os cientistas, a quebra de recordes de temperatura média global em dias consecutivos não deverá ficar por aqui. Quando o recorde foi atribuído a domingo passado, Carlo Buontempo, director do serviço do Copérnico, já deixava o aviso de que era possível que o início desta semana pudesse eclipsar o recorde de domingo, uma vez que as ondas de calor continuam a assolar o mundo. “Quando temos estes picos, eles tendem a agrupar-se”, afirmou.

Embora o recorde tenha sido apenas ligeiramente superior ao registado em Julho do ano passado (quando quatro dias consecutivos bateram o recorde, de 3 a 6 de Julho), “o que é notável é a diferença de temperatura dos últimos 13 meses em relação aos registos anteriores”, disse Buontempo. Todos os meses desde Junho de 2023 foram classificados como os mais quentes do planeta desde o início dos registos, em comparação com o mês correspondente dos anos anteriores.

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