Câmara de Lisboa vai requalificar Avenida Santos Dumont e criar Zona 30 + BICI

Prevê-se que primeira fase do projecto se inicie em Agosto, uma vez que já tem o visto do Tribunal de Contas, e termine em Fevereiro de 2025, num investimento municipal de 1,3 milhões de euros.

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O projecto prevê uma Zona 30 + BICI e uma via partilhada entre veículos motorizados e bicicletas com velocidade máxima de 30 km/h. Filipa Fernandez
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A Câmara de Lisboa prevê avançar em Agosto com o projecto de requalificação da Avenida Santos Dumont, nas Avenidas Novas, que inclui uma via partilhada entre veículos motorizados e bicicletas com velocidade máxima de 30 quilómetros por hora.

A primeira de duas fases do projecto foi apresentada numa sessão pública na Biblioteca Palácio Galveias, que contou com cerca de 30 moradores, que elogiaram a proposta, por ser "melhor do que está actualmente", mas criticaram a falta de auscultação da população e a ausência de medidas para impedir o tráfego de atravessamento na Avenida Santos Dumont, paralela à Avenida de Berna.

Entre as acções de intervenção previstas estão novos espaços de recreio e lazer, supressão de barreiras arquitectónicas, aumento da largura dos passeios, introdução de pavimento confortável, reforço da arborização, implementação de um percurso ciclável, reorganização do estacionamento, novo mobiliário urbano e melhoria das infra-estruturas em subsolo, de acordo com o projecto apresentado.

Na ausência da vereadora do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Joana Almeida (independente eleita pela coligação "Novos Tempos" PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), o director municipal do Urbanismo, Paulo Diogo, encabeçou a equipa responsável pela apresentação do projecto, com elementos da empresa municipal Lisboa Ocidental SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana.

O projecto de requalificação da Avenida Santos Dumont está integrado no programa municipal "Há Vida no Meu Bairro", lançado pelo executivo presidido por Carlos Moedas (PSD), com a aplicação do urbanismo de proximidade, em linha com o conceito da "cidade dos 15 minutos", disponibilizando seis funções urbanas essenciais à distância de uma caminhada, designadamente comércio, espaços verdes, ensino, desporto, cultura, saúde e apoio social.

A primeira fase do projecto prevê-se que se inicie em Agosto, uma vez que já tem o visto do Tribunal de Contas, e termine em Fevereiro de 2025, num investimento municipal de 1,3 milhões de euros.

A obra inclui o incremento de 480 metros de rede ciclável, três passadeiras sobrelevadas, 29 árvores, 1.900 arbustos, 250 metros quadrados de canteiros, 33 candeeiros (LED), nove bancos de jardim, uma bolsa de estacionamento para motociclos e duas bolsas para bicicletas, segundo o projecto, que prevê uma Zona 30 + BICI, uma via partilhada entre veículos motorizados e bicicletas com velocidade máxima de 30 km/h.

No âmbito da reorganização do estacionamento automóvel, serão retirados 18 lugares para carros dos cerca de 150 existente actualmente, o que se considera "uma solução muito equilibrada" tendo em conta o objectivo de tornar os passeios mais acessíveis, apontou Paulo Diogo, referindo que o espaço dedicado a cargas e descargas estará devidamente assinalado, assim como os lugares para pessoas com mobilidade condicionada.

"Mobilidade para todos, em segurança. Mais árvores. Tudo mais disciplinado", afirmou o director municipal do Urbanismo, indicando que o projecto tem um desenho evolutivo, que não compromete a implementação de outro tipo de soluções no futuro. A segunda fase inclui as ruas transversais à Avenida Santos Dumont, entre a Avenida de Berna e a linha do caminho-de-ferro, indicou Paulo Diogo, adiantando que ainda está a ser devolvido o projecto.

Questionado sobre o futuro da ciclovia da Avenida de Berna, em que a câmara já anunciou que será reduzida e bidireccional, o director municipal do Urbanismo sublinhou que "isso é outro projecto", acrescentando que está a ser trabalhado em conjunto com a área da Mobilidade, com o objectivo de ter "uma rede ciclável totalmente transitável daqui a uma década".

Presente na sessão, o presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, Daniel Gonçalves (PSD), realçou a importância deste projecto para a valorização do espaço público, afirmando que "a existência de ciclovias é positiva desde que seja bem planeada e segura", considerando que, assim sendo, vai melhorar a mobilidade no território.