Mortos em hotel de Banguecoque terão sido envenenados com cianeto

Segundo os investigadores tailandeses, as seis vítimas com cidadania ou ascendência vietnamita tinham marcas de cianeto no corpo. Dívidas podem estar na origem do caso.

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A comida pedida ao serviço de quartos não chegou a ser consumida ROYAL THAI POLICE / HANDOUT / EPA
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As seis pessoas encontradas mortas na passada terça-feira no hotel Grand Hyatt Erawan em Banguecoque terão sido envenenadas com cianeto no chá servido pelo serviço de quartos, segundo a BBC que cita investigadores da polícia tailandesa.

De acordo com a BBC, os investigadores tailandeses afirmaram que "não há outra causa" que possa explicar a morte das seis pessoas "excepto cianeto", sendo que todos os seis foram encontrados com marcas de envenenamento, tendo a autópsia confirmado esta informação.

Quatro dos mortos eram cidadãos vietnamitas, e os outros dois eram norte-americanos de origem vietnamita. Uma das vítimas, a norte-americana Sherine Chong, tinha um conflito com outras duas, o casal Hong Pham Thanh e Thi Nguyen Phuong. Chong tinha-lhes pedido emprestado cerca de 250 mil euros para a construção de um hospital no Japão, dinheiro esse que Chong não tinha ainda devolvido.

O casal, dono de uma empresa de construção, procurava obter o dinheiro de volta mas sem sucesso, estando o caso previsto ir a tribunal no Japão na próxima semana, segundo a BBC, que levanta a possibilidade da reunião no quarto de hotel ter sido feita para discutir o assunto.

É ainda pouco claro quem terá sido o autor do envenenamento. A polícia tailandesa suspeita que uma das pessoas encontradas mortas estava por detrás do envenenamento e que essa pessoa foi motivada por uma dívida esmagadora, segundo a BBC.

De acordo com o órgão de comunicação vietnamita VN Express, a investigação afirmou que Sherine Chong tinha sido processada por todos os outros cinco por causa dos seus investimentos falhados.

Foi no quarto de Sherine Chong que terá acontecido o envenenamento. Segundo a polícia, duas das pessoas envolvidas no caso, que estiveram em quartos à parte, terão pedido chá e arroz frito para o quarto de Chong. No entanto, à chegada do serviço de quartos, a norte-americana terá recusado que o empregado fizesse o chá por ela, tendo o empregado dito que Chong "falava muito pouco e estava visivelmente sob stress".

As imagens da câmara de vigilância do hotel mostravam os seis a conversar à porta do quarto, na última vez que qualquer um deles foi visto vivo. Segundo a televisão australiana ABC News, os eventos aconteceram na segunda-feira, tendo os corpos sido só encontrados na terça, quando uma empregada da limpeza entrou no quarto depois de Chong ter falhado a hora de check-out.

Para além das taças de chá com cianeto, a polícia encontrou no quarto de hotel dois outros recipientes de metal, que não pertenciam ao hotel. A comida encomendada não tinha sequer sido aberta.

O professor Winai Wananukul, do Centro Anti-Veneno de Ramathibodi, em Banguecoque, disse à ABC News que não era claro como é que quem matou os seis tinha conseguido obter cianeto e se tinha sido adquirido na Tailândia ou trazido do Vietname. “Já é uma substância controlada, mas a forma como podemos fazer cumprir isso é uma questão diferente”, afirmou.

O primeiro-ministro tailandês Srettha Thavisin, de acordo com a ABC News, "parecia quase aliviado" ao informar que o caso não tinha nada a ver com crime organizado. "Este incidente não está relacionado com terrorismo nem com uma violação da segurança. Está tudo bem", disse aos jornalistas. Noppasin Punsawat, subchefe da polícia de Banguecoque, disse também que "este caso é um assunto pessoal entre estes seis indivíduos".

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