Isabel Nunes, a escrava que pagou para ser livre

Numa vila alentejana da primeira metade do séc. XVIII, uma escrava filha de outra escrava viu-se na inevitabilidade de pagar uma subvenção anual à sua proprietária como contrapartida para poder casar.

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JÚLIO MARQUES/Museu da Cidade
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Isabel Nunes perdeu a sua mãe quando tinha apenas três anos e nunca conheceu o seu pai. Nasceu em Janeiro ou nos primeiros dias de Fevereiro de 1687 na vila de Ouguela, uma praça-forte na raia alentejana que ganhara relevo militar poucas décadas antes, durante a guerra da Restauração, e recebera os “santos óleos” do baptismo a 4 de Fevereiro. No seu registo paroquial de nascimento, inscrito num volume onde é evidente que existiu uma profusão de Isabéis na povoação no último quartel do século XVII, é desde logo apresentada a sua condição: “Isabel filha de Fabiana de Matos escrava e de pai não conhecido”. Como acontecia habitualmente com filhos de escravas e pais incógnitos, foi seu padrinho o cura de Ouguela, Manuel Martins Falcato (noutras vezes eram os patrões).

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