Dacia Spring, uma solução eléctrica para a cidade que quer ir mais longe

O citadino eléctrico foi repensado para ser também um aliado em actividades ao ar livre, ao mesmo tempo que surge com melhorias na qualidade (percepcionada e real), mas mais barato: desde 16.900€.

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Em Portugal, o Dacia Spring pode ser configurado com as duas motorizações e três níveis de equipamento dr
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Depois de ter sido lançado em plena pandemia, em 2021, o Spring tem feito uma carreira impressionante, a beneficiar da pouca oferta no segmento A, dos citadinos, e do preço com que se apresentou: até agora, já foram comercializadas mais de 150 mil unidades, tendo no ano passado sido o terceiro eléctrico mais vendido na Europa, mas o preferido pelos particulares. E, muito importante para a Dacia, foi responsável pela chegada de novos clientes à marca (79%), sendo que nove em cada dez estão a comprar o seu primeiro eléctrico – “algo que demonstra o relevante papel do Spring na democratização da energia”, observa a marca.

E, depois de ter sabido manter-se actual (em 2022, apresentou-se com diferente roupagem; em 2023, trouxe um novo motor, de 65cv, e nível de equipamento Extreme), foi alvo de um facelift, que, sem querer beliscar a sua essência, procurou tornar-se mais apurado. Mas o que é a essência do Spring? Para começar, chega mais barato: desde 16.900 euros.

Depois, de acordo com os responsáveis da marca, o Spring tem um cliente-tipo que realiza, em média, cerca de 37 quilómetros por dia, faz quatro trajectos diários e realiza cerca de 75% dos carregamentos em casa. E, por isso, explicaram em conferência de imprensa, a ideia passou por “continuar a ter um carro muito compacto, ideal para o dia-a-dia”.

Ou seja, com 3,7 metros de comprimento, o Spring apresenta-se com a cidade como o seu habitat natural. E o facto de manter a bateria de 26,8 kWh permite-lhe controlar o peso, apesar de ter engordado com a inclusão de equipamento e tecnologia, não prejudicando os consumos de 13,5 kWh/100km (e que, verificámos, ainda conseguem ser mais comedidos com uma condução tranquila).

É certo que a autonomia de 225 quilómetros pode parecer pouco para quem ainda sofre de range anxiety, mas os dados apresentados para o cliente do Spring não enganam: é procurado por quem conduz sobretudo em malha urbana ou tem de realizar curtos trajectos diários, o que significa que um carregamento semanal, em teoria, é o suficiente. O carregamento pode ser realizado em corrente alternada, até 7 kW, ou em corrente contínua, até 30 kW (20 a 80% em menos de 45 minutos).

O automóvel, que continua a servir quatro pessoas, também não ludibria ninguém, mesmo na variante de 65cv, que nos parece mais preparada para sair da cidade e até enfrentar auto-estrada (a velocidade máxima é de 125 km/h em ambas as mecânicas, mas o tempo de resposta no motor de 45cv muito mais longo: 19,1 segundos de 0 a 100 km/h contra 13,7 segundos do sistema eléctrico mais potente).

Além disso, dizem-nos, a direcção assistida eléctrica foi reajustada para uma resposta mais precisa e melhor feedback do volante, o que lhe dá alguns tiques nervosos, que, na minha opinião, eram dispensáveis. No entanto, estas mexidas não influenciam em nada a forma como se comporta em cidade: espevitado q.b. para se esquivar a uma série de contratempos, prestável e capaz de fazer com que nos divirtamos entre o trânsito, sem grandes problemas a pesar-nos com a ideia de ter de arranjar lugar para o arrumar.

Neste facelift, o que se observa num primeiro olhar é que o design foi revisto, passando a integrar ainda mais códigos próprios dos sport utility vehicles (SUV), com soluções que evidenciam o sentido prático, nomeadamente com zonas em plástico para evitar os riscos, e linhas que denunciam a vontade de se apresentar como robusto. Não o é e também não será a companhia ideal para enfrentar o offroad, mas as roupagens ficam-lhe bem. E, além disso, consegue apresentar-se como uma boa companhia para aventuras ao ar livre, incluindo até um carregador de dois sentidos e adaptador, que podem ser usados para alimentar pequenos electrodomésticos, como uma máquina de café ou um fogão eléctrico.

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A mala cresceu de 270 para 308 litros (1004, com os bancos traseiros rebatidos), dr

Os olhos também comem

Face ao modelo de 2021, o Spring apresenta-se com uma mala de maiores dimensões, que cresceu de 270 para 308 litros (1004, com os bancos traseiros rebatidos), além de incluir uma série de espaços de arrumação para pequenos objectos, incluindo um porta-luvas, a perfazer um total de 33 litros.

De resto, todo o habitáculo do Spring foi repensado, com o propósito de “melhorar a qualidade percepcionada”, sabendo a Dacia que, também nos automóveis, os olhos também comem. No entanto, talvez querendo libertar-se da ideia de que o baixo custo tem de ser necessariamente conseguido com fraca qualidade, houve um investimento em materiais melhores, também ao toque. Além disso, há novo volante, com novos comandos, e, numa estreia, aquele passa a ser ajustável também em altura.

De série, o Spring chega com ecrã de instrumentação digital de sete polegadas e, no nível mais equipado, com um ecrã central táctil de dez polegadas, que replica o telemóvel sem precisar de fios. O automóvel também oferece serviços de agendamento de pré-condicionamento ou de carregamento, que se pode gerir através de uma aplicação no telemóvel.

Entre os novos assistentes, há reconhecimento de sinais de trânsito, a manutenção na faixa de rodagem ou um sistema que vigia a atenção do condutor. Para quem prefere conduzir sem ajudas, há um botão que dá acesso directo a todos os assistentes e que permite configurar o que se pretende manter activo e o que se prefere desligar.

De sublinhar que o equipamento opcional passa a incluir o Youclip, um suporte de acessórios YouClip, capaz de segurar desde um copo, um telefone ou até um tablet.

Em Portugal, o Dacia Spring pode ser configurado com as duas motorizações e três níveis de equipamento. O Spring Essential, apenas servido por 45cv (desde 16.900€), inclui, além das especificações referidas no texto, media control com porta USB, limitador de velocidade, regulador de velocidade, comandos de rádio no volante, fecho centralizado com controlo remoto, vidros dianteiros eléctricos, sensores de estacionamento traseiros, jantes de 14 polegadas e tomada de 12V.

O nível Expression (com mecânica de 65cv, a partir de 18.900€) acrescenta ar condicionado manual e jantes de 15 polegadas. Por fim, no topo da gama, o Spring Extreme (65cv, desde 19.900€) exibe acabamentos interiores e exteriores em cobre, espelhos retrovisores e vidros traseiros eléctricos, sistema multimédia Media Nav Live com ecrã central de dez polegadas, duas portas USB e conectividade sem fios com o Apple CarPlayTM e o Android AutoTM e o carregador bidireccional.

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