A infelicidade e o seu oposto: Além da Memória, livro de Sebastian Barry
Que imaginário é o de alguém que sobreviveu a uma das maiores formas de violência? Pergunta para uma exploração literária tão brutal quanto delicada.
Depois de dois romances em território americano – Escritos Secretos e Dias sem Fim –, Sebastian Barry (Dublin, 1955) regressa à Irlanda com um livro estilisticamente sofisticado a mergulhar num trauma difícil, uma ferida aberta pelos abusos da Igreja Católica infligidos a crianças que tinha ao seu cuidado. O escândalo ainda é relativamente recente, as primeiras acusações surgiram na década de 80 e a conclusão foi a de que durante décadas centenas de padres abusaram sexualmente de milhares de menores, da mesma maneira que nos colégios de freiras muitas raparigas eram continuamente violentadas das mais variadas maneiras. Desde então, muitos escritores trataram o tema. O mais recente, e alvo da atenção da crítica, é este Além da Memória, romance finalista da última edição do Booker Prize.
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