Sánchez considera que Costa no Conselho Europeu é vantajoso para países do sul

Presidente do governo espanhol defende que presidência de António Costa ajudará a pôr o foco em dois assuntos prioritários: “o sul da Europa e a agenda social”

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Pedro Sánchez, presidente do governo espanhol, defendeu que anomeação do também socialista António Costa para o Conselho Europeu será positiva para o sul da Europa e para a agenda social FERNANDO ALVARADO / EPA
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O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje "especialmente relevante" para a Península Ibérica e todo o sul da Europa a escolha do ex-líder do governo português António Costa para presidente do Conselho Europeu.

Numa intervenção no parlamento espanhol, em Madrid, Sánchez sublinhou que Costa é "um socialista" e "um bom amigo de Espanha".

"A sua eleição parece-me especialmente relevante para a Península Ibérica, para o sul da Europa e também para Espanha porque nos vai ajudar a por o foco em dois assuntos prioritários para o nosso país: o sul da Europa e a agenda social", afirmou o socialista Pedro Sánchez.

O líder do Governo espanhol defendeu que a União Europeia (UE) "não deve voltar aos cortes ou às duas velocidades que querem alguns".

"Tenho a certeza de que António Costa pensa da mesma maneira e nos vai ajudar a levar o Conselho Europeu na boa direcção", acrescentou.

Sánchez apresentou hoje aos deputados espanhóis as conclusões dos Conselhos Europeus de Junho, em Bruxelas, nos quais os chefes de Estado e de Governo dos 27 países da UE chegaram a um acordo sobre os nomes para os cargos de topo das instituições europeias.

O ex-primeiro-ministro português António Costa foi eleito presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio e toma posse em 01 de Dezembro deste ano.

António Costa será o primeiro português e o primeiro socialista à frente do Conselho Europeu, e vai suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança deste órgão, que junta os chefes de Governo e de Estado da UE.

Os líderes dos 27 Estados-membros propuseram também Ursula von der Leyen, do Partido Popular (PP, direita) para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia e nomearam a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas (liberal), para alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança. Ambas terão de sujeitar-se à votação no Parlamento Europeu.

Sobre Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro espanhol disse que apesar de serem de partidos diferentes, os dois trabalharam nos últimos anos "de maneira leal, construtiva, com respeito e afecto mútuo", o que permitiu pôr em marcha políticas e iniciativas "muito ambiciosas", que beneficiaram os cidadãos e, em especial, os espanhóis, destacando os fundos Next Generation, para responder ao impacto da pandemia.

Quanto a Kaja Kallas, Sánchez destacou o "compromisso com a segurança do povo ucraniano e todos os povos europeus" e disse estar certo de que dará continuidade ao trabalho do actual representante da UE para os Negócios Estrangeiros, o espanhol e socialista Josep Borrell.