A Alemanha vai cortar o seu apoio militar directo à Ucrânia pela metade, segundo informações obtidas pela agência Reuters, que teve acesso a um rascunho do orçamento alemão para 2025.

Segundo a Reuters, o valor da ajuda militar directa a Kiev passará dos oito mil milhões de euros em 2024 para cerca de quatro mil milhões em 2025. A justificação utilizada pelo Governo alemão é que bastará aos ucranianos o apoio de 50 mil milhões de euros vindos dos bens russos congelados pelo G7 e que os fundos destinados ao armamento não seriam utilizados.

"O financiamento da Ucrânia está garantido no futuro próximo graças aos instrumentos europeus e aos empréstimos do G7", referiu o ministro das Finanças, Christian Lindner, numa conferência de imprensa.

O orçamento alemão tem sido alvo de fortes negociações entre os parceiros da coligação governamental, que inclui o Partido Social Democrata (SPD), os liberais do Partido Liberal Democrata (FDP) e os Verdes. Esta quarta-feira, os partidos da coligação acordaram entre si o projecto de orçamento que será sujeito a votação no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão.

Segundo a Euronews, o orçamento aprovado estabelece um limite total de despesas em 481 mil milhões de euros, estabelecendo um recorde no que toca às verbas destinadas a investimentos no valor de 78 mil milhões de euros, assim como um endividamento líquido de 43,8 mil milhões de euros

De acordo com a agência Reuters, os stocks das forças armadas alemãs, já empobrecidos por décadas de subinvestimento, sofreram mais um golpe por causa do fornecimento de armas à Ucrânia, sendo a Alemanha o país que mais sistemas de mísseis Patriot doou à Ucrânia. O país enviou três sistemas destes mísseis, restando só nove na Alemanha.

Apesar da redução orçamental na ajuda à Ucrânia, o país vai cumprir com o objectivo estabelecido pela NATO, dedicando 2% do PIB à defesa em 2025, correspondente a 75,3 mil milhões de euros.