Marco Martins, Ben Frost, e a dupla Sofia Dias & Vítor Roriz na nova temporada da Culturgest

A Colónia, de Marco Martins, sobre um campo de férias para filhos de presos políticos no salazarismo, e a coreografia Ruído, de Sofia Dias & Vítor Roriz, são algumas das novidades.

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Marco Martins Miguel Manso
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Novas criações do encenador Marco Martins, do músico Ben Frost, dos coreógrafos Sofia Dias & Vítor Roriz e do artista Alexandre Estrela estão entre as novidades da próxima temporada da Culturgest, em Lisboa, que se inicia em Setembro e decorre até Janeiro de 2025.

Nas estreias nacionais e internacionais surgem, no teatro, os nomes de Carolina Bianchi y Cara de Cavalo, Elmano Sancho, Guilherme Gomes/Teatro da Cidade, Mohamed El Khatib e Mário Coelho.

A crise da habitação, o fascismo, a liberdade, a sexualidade e o envelhecimento, a imaginação, o ambiente, a violência contra as mulheres, a perda, a inteligência artificial e as ficções tecnológicas são alguns dos temas abordados na próxima temporada.

Inserido no programa das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, a Culturgest estreia A Colónia, nova peça do encenador e cineasta Marco Martins, que parte de uma investigação da jornalista Joana Pereira Bastos para construir um espectáculo sobre uma colónia de férias para filhos de presos políticos, em 1972, nas Caldas da Rainha.

Durante duas semanas, 18 crianças, marcadas pela prisão dos pais e com um passado de clandestinidade e solidão, aprenderam então pela primeira vez a brincar em conjunto e em liberdade.

Marco Martins reuniu um elenco de crianças e alguns dos participantes da colónia para trabalhar a partir destas histórias e vivências pessoais durante o Estado Novo.

A temporada inicia-se com Cordeiros de Deus ou Soldados da Esperança, a nova obra do actor e dramaturgo Elmano Sancho, que procura, através da história, descobrir qual é o significado do sacrifício nos dias de hoje.

Ainda no teatro, Guilherme Gomes e o Teatro da Cidade apresentam Solstício de Inverno, peça que se inspira no Telefone do Vento - uma cabine telefónica para falar com quem já partiu - e que "coloca em palco a maior das desconhecidas, a morte, partindo do desamparo, da dor e da imaginação, em busca de consolo".

No início de 2025, o actor, encenador e dramaturgo Mário Coelho apresentará Quando Eu Morrer, Vou Fazer Filmes no Inferno!, onde uma invasão de estranhos a um apartamento leva ao pânico e à tragédia.

No cinema, a Culturgest irá acolher a primeira edição do Lisbon Arab Film Festival, de 1 a 5 de Outubro, e na segunda quinzena desse mês, entre os dias 17 e 27, voltará a receber o Doclisboa.

Nas artes visuais, a Culturgest destaca a nova exposição de Alexandre Estrela, a primeira exposição do francês Jean Painlevé e uma exposição da artista Isabel Carvalho, bem como os ciclos Território, com exposições em Lisboa (Fidelidade Arte) e na Culturgest Porto.

Na dança, Sofia Dias & Vítor Roriz apresentam Ruído, resultado de processos de investigação interdisciplinar desenvolvidos em 2023 e 2024, na Fundação Champalimaud, em sinergia com investigadores do Champalimaud Center for the Unknown.

Na música internacional, assinala-se o regresso, após sete anos de ausência, de Ben Frost a Portugal, para apresentar o seu mais recente álbum, Scope Neglect, e a presença de Kevin Morby, que tocará em exclusivo com o Ensemble da Escola Profissional de Música de Espinho, e da pianista Shida Shahabi, que vem apresentar o seu mais recente trabalho.

Na música nacional, os Mão Morta irão celebrar os 40 anos de carreira com um álbum inspirado nas vozes da Revolução dos Cravos e participam no debate Do Fascismo à Extrema-direita e Vice-versa.

Ainda na música, o trio de jazz e rock The Rite of Trio faz uma apresentação especial do projecto Amores Infinitos, com um ensemble coral de seis vozes, e Joana Gama & Luís Fernandes apresentam, em Janeiro, o álbum Strata.