OE2025: Bloco de Esquerda vai votar contra documento e acusa PS de contradição

Mariana Mortágua considera que não faz sentido o PS viabilize um orçamento do PSD e combata o partido em Lisboa. Líder bloquista vai à reunião com o Governo mostrar oposição às políticas do Governo

Foto
Mariana Mortágua anunciou voto contra o OE2025 ANTÓNIO PEDRO SANTOS / LUSA
Ouça este artigo
00:00
01:48

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, anunciou nesta terça-feira que o seu partido vai votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2025 e acusou o PS de contradição caso aprove o documento do Governo PSD/CDS-PP. "Este é um orçamento que vira o país ao contrário. É um orçamento de desigualdades. É um orçamento que tira recursos de baixo para entregar em cima, sem resolver nenhum dos problemas do país. E é por isso que o Bloco de Esquerda votará contra este orçamento", anunciou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.

Interrogada sobre se esta posição do PS pode colocar em causa uma possível aliança na Câmara Municipal de Lisboa (CML) à esquerda contra o social-democrata Carlos Moedas, Mariana Mortágua separou os dois planos, mas lembrou que o Governo da República é liderado por um partido de direita, tal como a autarquia da capital.

"Essa é a questão essencial num acordo para autárquicas e, em particular, num acordo para a cidade de Lisboa: derrotar a direita e resolver os problemas da cidade de Lisboa. Se me pergunta se eu acho que é compreensível que o PS, entendendo que é preciso fazer isto em Lisboa (...), faz sentido que aprove um orçamento de direita de Luís Montenegro... Não, acho que não faz nenhum sentido". "Mas essa é uma contradição do PS, e não do BE", acrescentou Mariana Mortágua.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai receber na sexta-feira todos os partidos com assento parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2025. Questionada sobre o que dirá nessa reunião, uma vez que já anunciou o voto contra, Mariana Mortágua afirmou que vai transmitir a sua oposição às políticas que o executivo minoritário tem adoptado, desde a saúde, habitação ou imigração, "com toda a frontalidade".