Do terraço à esplanada, em Paço de Arcos, o Madrasta é uma “casa democrática”

Dedicado a famílias e aos amigos, a cozinha servida pelo sexto restaurante do Grupo Non Basta é de inspiração mediterrânica e com ofertas a pensar em todas as idades.

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O restaurante Madrasta, no jardim de Paço de Arcos, é o sexto do Grupo Pasta Non Basta PLUMA
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A esplanada rodeia o edifício da década de 50 do século passad PLUMA
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No interior, na primeira sala há um painel da dupla de artistas Oficina Marques PLUMA
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A sala maior, rodeada de janelas para o exterior, tem acesso à esplanada PLUMA
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A esplanada em tons de vermelho é coberta por chapéus de sol de pano amarelo HARES PASCOAL
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No cimo do edifício fica um terraço com vista para o mar HARES PASCOAL
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O terraço tem espaço para cerca de meia centena de pessoas HARES PASCOAL
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Não tem nada que saber, é entrar na Marginal, a partir de Lisboa e em direcção a Cascais, e sair na primeira saída de Paço de Arcos. O jardim está mesmo ali, bem como um parque de estacionamento, pago até às 19h, e avistamos um tradicional edifício dos anos 1950 que foi transformado num restaurante onde todo o espaço foi aproveitado — no interior estão duas salas distintas; no cimo de uma escada em caracol há um terraço (em inglês rooftop) com vista privilegiada para a outra margem, do Cristo-Rei à Costa da Caparica; na rua uma esplanada vermelha com os mesmos guarda-sóis amarelos de pano que estão no topo do edifício. Chama-se Madrasta e é o sexto restaurante do Grupo Non Basta.

Pode-se comer de tudo um pouco e criar o ambiente que se quiser. Se na sala onde o Fugas ficou — com uma ligação à cozinha, de onde chegam os sons dos pedidos a cair e algumas ordens —, há sobretudo famílias que festejam ocasiões especiais, como o aniversário de uma avó; na esplanada há grupos de amigos e também famílias com crianças pequenas. Do rooftop chegam os festejos de golos do Euro 2024 e, quando nos levantamos para ir à casa de banho — arejada e com luz natural —, podemos observar a sala dominada pelo painel feito pela dupla Oficina Marques, onde há famílias de pais com filhos jovens adultos, que conversam num tom sereno, criando um ambiente mais calmo.

O espaço foi pensado pela arquitecta Inês Moura, que já trabalhou noutros projectos do mesmo grupo português de restauração. Trata-se de um edifício histórico, muito comum em espaços públicos construídos durante o Estado Novo. “O edifício lembrou-me muito as saídas das cidades para as casas de praia e a estética dos edifícios dos anos 50”, refere a profissional no comunicado de impresa. Além da decoração de interiores muito cuidada e que faz a ligação entre o verde do jardim e o azul do mar, houve a preocupação de encomendar um trabalho artístico que evocasse o nome escolhido para o espaço. O painel de Gezo Marques e José Aparício Gonçalves chama-se "O Abraço" e é inspirado "pela diversidade de famílias e pela natureza", dizem os artistas. "A família plural está retratada por diferentes figuras de pássaros e elementos botânicos. Explorando a própria pluralidade da figura materna: madrasta, mãe, avó, tia, mãe natureza, celebra-se o amor materno em comunhão com a natureza, com o céu, o rio, a fauna e a flora”, define a dupla criativa.

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Painel "O Abraço" da autoria da Oficina Marques PLUMA

"O Madrasta assume-se como uma casa democrática", resume o mesmo comunicado. E isso reflecte-se não só no espaço, mas também na carta apresentada que vai do Tataki de atum com puré de batata-doce e pak choi, passando pelo Arroz cremoso de lavagante e terminando no esparguete à bolonhesa para os mais novos ou nas pizzas para partilhar num grupo de amigos. Esta é uma cozinha mediterrânica, com influências italianas — Burrata com tomate cherry e pesto, Panuzzo de camarão ou Pici alla carbonara — e portuguesas — Filetes de pescada com arroz de coentros, limão e grelos, ou o Bife de lombo à Madrasta com batatas fritas.

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Algumas das sugestões da carta do restaurante Madrasta PLUMA

Há cerca de três anos que o Grupo Non Basta tem uma cozinha de produção onde são produzidas as massas frescas, os molhos e outras preparações para todos os restaurantes do grupo. E tem também uma horta de onde chegam muitos dos hortícolas usados. Esta é uma colaboração com a associação Semear, que promove a inclusão de jovens com dificuldades de desenvolvimento.

À medida que a noite avança, o movimento vai acelerando e é com rapidez e simpatia que os elementos da sala se despedem dos clientes, limpam as mesas, voltam a pô-las e dão as boas-vindas aos novos convivas. As famílias com crianças, que comem as opções intituladas no menu "estes pratos são para os putos" e sobremesas como o Bolo de chocolate três texturas, dão lugar aos amigos que bebem cocktails (com e sem álcool) — a carta foi pensada por Duarte Cardeira, bartender executivo do grupo —, e partilham garrafas de vinho que chegam de diferentes regiões do país, além de França e de Itália, propostas pelo sommelier Nuno Pereira — esta carta foi feita em colaboração com Pedro Ramos, ex-sommelier do restaurante Feitoria, em Lisboa.

Já passa muito das dez da noite e a esplanada continua composta, com gente que ainda chega para jantar. A noite está fresca e sem vento, um convite para usar o rooftop, quem sabe para um cocktail de despedida.


O Fugas jantou a convite do restaurante Madrasta.
Notícia corrigida dia 18/07/2024, às 09h41: Onde se lia Nuno Vieira, lê-se agora Nuno Pereira.

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