Fernando Venâncio é o convidado do Encontro de Leituras de Agosto

O linguista participará no clube de leitura do PÚBLICO e da Quatro Cinco Um no Zoom, a 13 de Agosto. Em discussão estará o ensaio Assim Nasceu uma Língua — Sobre as Origens do Português.

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Fernando Venâncio, autor do livro Assim Nasceu uma Língua - Sobre as origens do português Rui Gaudêncio
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O ensaio Assim Nasceu uma Língua — Sobre as Origens do Português, do linguista Fernando Venâncio, é o livro escolhido para o próximo Encontro de Leituras, o clube de leitura do PÚBLICO e da revista literária brasileira Quatro Cinco Um.

O linguista, escritor, tradutor, crítico literário e académico português é o convidado da sessão do dia 13 de Agosto, às 22h em Lisboa, 18h em Brasília, no Zoom, como habitualmente, aberta a todos os que queiram participar. A ID é a 821 5605 8496 e a senha de acesso 719623. Aqui fica o link.

“Este é um livro sobre palavras, essas a que nunca conseguiremos escapar”, escreve nas suas páginas o professor que nasceu em Mértola, no Alentejo, e viveu em Braga, em Lisboa e nos Países Baixos. “Vamos submetê-las a observação, apanhá-las em flagrante, estudando o modo como surgiram, o porquê daquela exacta forma, o modo como evoluíram, criando formações novas, com um novo significado”, acrescenta Fernando Venâncio, que se licenciou em Linguística Geral na Universidade de Amesterdão, estudou no seu doutoramento as ideias sobre a língua literária em Portugal no século XIX e durante 20 anos deu um curso na Universidade de Amesterdão sobre Problemática e Legislação das Línguas Minoritárias na Europa.

“Veremos como passaram duma língua para outra e, até, como, ao modificarem-se, presentearam o mundo com uma nova língua. Ou ainda a mesma língua, mas agora feita de conformações novas, que só aí se acham. Explorando o mais querido dito da mecânica automóvel: ‘o material tem sempre razão’”, conclui o também crítico literário e tradutor do neerlandês (tem aliás dupla nacionalidade).

Assim Nasceu uma Língua “conta a história das palavras com graça, conhecimento e espírito crítico, mostrando que até o século XV a língua usada em Portugal era uma variante do galego. A ideia de uma pureza latina serviu a projectos nacionalistas a partir da expansão marítima e segue viva no século XXI”, resume-se na edição brasileira.

Editado em Portugal pela Guerra & Paz em 2019, onde está também disponível em ebook, o livro foi publicado em Abril passado pela Tinta-da-China Brasil. Como esta chancela pertence à Associação Quatro Cinco Um, a moderação do próximo Encontro de Leituras será feita pela jornalista Isabel Coutinho, responsável pelo Leituras, site do PÚBLICO dedicado aos livros, mas não contará com Paulo Werneck, director da revista brasileira e editor da Tinta-da-China Brasil.

O moderador brasileiro convidado será o escritor e jornalista Sérgio Rodrigues, que tem publicado em Portugal o romance O Drible (ed. Companhia das Letras), que lhe valeu o Grande Prémio Portugal Telecom 2014; Elza, a GarotaA História da Jovem Comunista que o Partido Matou (ed. Quetzal) e também o ensaio de What Língua is Esta? — Estrangeirismos, Neologismos, Lulismos e Outros Modismos, editado em Portugal pela Gradiva.

Depois do sucesso de Assim Nasceu uma Língua, que recebeu o Prémio de Ensaio Jacinto do Prado Coelho 2020, Fernando Venâncio lançou O Português à Descoberta do Brasileiro, editado pela Guerra & Paz em 2022. Mas a sua obra é vasta. É autor de livros de contos: Um Selvagem ao Piano e Outros Contos (ed. Peregrinação, 1987), Beijo Técnico e Outras histórias (ed. Ulisseia, 2015). Também de romances : Os Esquemas de Fradique (ed. Grifo, 1999) e Último minuete em Lisboa (Assírio & Alvim, 2008) e El-Rei no Porto (editora Asa, 2001) - e até de um diário de viagem - Quem inventou Marrocos: diários de viagem (ed. Ausência, 2004).

Escreveu também o livro de ensaios Objectos Achados – Ensaios Literários (Edições Caixotim, 2002); Estilo e Preconceito: a língua literária em Portugal no tempo de Castilho (ed. Cosmo, 1998); José Saramago: a luz e o sombreado (Campo das Letras, 2000) e reuniu as suas polémicas em Maquinações e Bons Sentimentos (Campo das Letras, 2015).

Organizou a antologia Crónica jornalística – Século XX (Círculo de Leitores, 2004). Traduziu, por exemplo, a antologia de poesia neerlandesa do século XX Uma Migalha na Sala do Universo, que tem selecção do poeta e dramaturgo Gerrit Komrij (1944- 2012). O livro Um Almoço de Negócios em Sintra bem como a antologia poética Contrabando, ambos de Gerrit Komrij, que viveu em Portugal, também foram traduzidos para português por Fernando Venâncio.

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