Os legisladores romenos mais do que duplicaram o número anual de abates legais de ursos nesta segunda-feira para controlar a população e evitar novos ataques contra pessoas. A sessão parlamentar de emergência seguiu-se à morte, na semana passada, de um homem de 19 anos que foi atacado por um urso num trilho popular nas montanhas dos Cárpatos, no centro da Roménia.
O Estado da União Europeia tem quotas anuais para controlar proactivamente a dimensão da população de ursos e para retirar os animais que se habituaram a entrar nas cidades em busca de comida. Em 2023, as quotas ascendiam a 220 abates anuais de ursos. Na segunda-feira, os deputados aumentaram o número para 481 por ano.
A Roménia tem a maior população de ursos-pardos da Europa fora da Rússia. O Ministério do Ambiente estima que sejam cerca de oito mil, mas os resultados de um estudo de ADN financiado pela UE ainda não foram apresentados.
Com centenas de avistamentos de ursos todos os anos, as autoridades estão a lutar para manter os residentes e os turistas nas cidades de montanha a salvo dos animais selvagens. Os meios de comunicação social locais noticiam regularmente ataques de ursos a pessoas e gado.
Vinte e seis pessoas mortas em 20 anos
O ministro do Ambiente disse em Março que 26 pessoas foram mortas por ursos nos últimos 20 anos. Os ursos que se aproximam dos carros nas estradas de montanha à procura de comida ou que vasculham os caixotes do lixo são ocorrências comuns.
Os especialistas em vida selvagem dizem que os animais, apelidados de "ursos do caixote do lixo", vão continuar a procurar comida nas cidades, à medida que a expansão urbana vai corroendo o seu habitat, as alterações climáticas limitam as suas fontes de alimento e as pessoas os alimentam.
"Infelizmente, ninguém sabe qual é a população exacta de ursos na Roménia, nem quantos exemplares o habitat pode suportar", afirmou a Foundation Conservation Carpathia, um grupo privado de conservação.
"O número de ursos problemáticos e os danos que causam flutuam todos os anos e não são directamente proporcionais ao aumento da densidade de ursos". O grupo acrescentou que as soluções devem incluir a prevenção, incluindo cercas eléctricas, melhor gestão do lixo e educação de turistas e residentes.