Extensão do Metro Sul do Tejo à Caparica poderá começar em “cinco, seis, sete anos”

Protocolo assinado entre Metro de Lisboa, Câmara de Almada e Transportes Metropolitanos de Lisboa prevê acrescentar 6,6 quilómetros à rede. Mas não há compromissos com datas.

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Governantes e autarcas falam em necessidade de reduzir poluição, mas não se comprometem com datas para abertura da ligação à Caparica Vitor Cid
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A assinatura está no papel, mas a certeza sobre os seus resultados práticos não é por agora discernível. Apesar de o protocolo para a elaboração do projecto de expansão do Metro Sul do Tejo (MST) até à Costa da Caparica e à Trafaria ter sido formalizado nesta segunda-feira, numa cerimónia que contou com a presença do ministro das Infra-Estruturas, Miguel Pinto Luz não se compromete com uma data concreta para o início das obras de construção, muito menos com a entrada ao serviço do equipamento.

“Eu diria que dentro de cinco, seis, sete anos podemos estar a pensar em obras no terreno e material circulante adquirido”, afirmou Pinto Luz. O projecto de expansão fora anunciado, a 29 de Março de 2023, pelo então primeiro-ministro, António Costa (PS), durante a iniciativa Governo Mais Próximo, então realizada no distrito de Setúbal.

“Agora, façamos estes estudos com rigor para não haver dúvida nenhuma, para que todos os actores políticos no futuro não venham desfazer o que um grande consenso alargado está a definir hoje”, disse agora o ministro. O governante falava à comunicação social no final da cerimónia de assinatura do protocolo para a elaboração do projecto de expansão do MST até à Costa da Caparica e Trafaria, passando por Santo António e São João, firmado entre a Câmara Municipal de Almada, o Metropolitano de Lisboa e a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML).

“Nós hoje não lançámos o Metro Sul do Tejo, lançámos estudos e tencionamos, nos próximos três anos, apresentar estes estudos”, com o valor do investimento incluído, disse Pinto Luz, salientando a importância do projecto para solidificar a coesão da Área Metropolitana de Lisboa, como uma cidade de duas margens que não se pode desenvolver apenas na margem norte.

O novo troço, que acrescentará mais cerca de 6,6 quilómetros à actual rede e que permitirá uma ligação directa ao transporte fluvial, visa reduzir a dependência do transporte individual, respondendo ao compromisso de Portugal de atingir a neutralidade carbónica em 2050. O projecto vai proporcionar um acesso mais fácil e rápido às praias da Costa da Caparica, “beneficiando residentes, turistas e promovendo o turismo local”, segundo um comunicado conjunto das três entidades signatárias do protocolo assinado esta segunda-feira.

“Espera-se uma diminuição significativa do tráfego automóvel nas principais vias de acesso à Costa da Caparica e Trafaria, contribuindo para um ambiente mais limpo e menos congestionado”, assinala o comunicado emitido por Metro de Lisboa, Câmara de Almada e TML. Nele se assinala também que este novo troço, que passará a servir também as zonas habitacionais de Santo António e São João, será também um “incentivo ao desenvolvimento económico da região, atraindo novos negócios e oportunidades de emprego”.

O protocolo de colaboração tem por objectivo definir os termos e condições de cooperação a estabelecer entre as partes tendo em vista o estudo, planeamento e concretização do projecto de extensão do Metro Sul do Tejo, designadamente no que se refere ao seu objecto, custos, faseamento e definição do traçado. No âmbito do projecto, cabe ao Metropolitano de Lisboa a gestão do projecto, estabelecendo e assegurando a colaboração entre as partes, desenvolver e promover o relatório de diagnóstico, fazer a avaliação da viabilidade técnico-económica do traçado de referência e a realização de serviços de cartografia e de topografia, entre outros.

A Câmara Municipal de Almada ficará responsável por estabelecer as condições de inserção urbana do novo traçado, no território sob sua tutela administrativa, particularmente de harmonização com as áreas urbanas abrangidas pelo novo troço. À TML caberá assegurar a articulação e gestão do projecto de expansão do MST, abrangendo os estudos sobre tráfego e procura, bem como a harmonização das opções de transporte público com os demais modos de transporte e tarifário no contexto da área metropolitana.

Actualmente com três linhas em funcionamento, Cacilhas/Corroios, Pragal/Corroios e Cacilhas/Campus da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, na Caparica, o Metro Sul do Tejo revolucionou a mobilidade entre Almada, Corroios e o Monte da Caparica, e, segundo dados da empresa, transporta mais de 16 milhões de passageiros por ano.

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