Veneza: taxa de entrada deverá subir em 2025 para reduzir volume de turistas

Sistema de pagamento experimental teve um impacto limitado na redução das multidões em Veneza. Regressa em 2025, mas o preço deverá subir.

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Veneza deverá repor sistema de reservas em 2025 durante mais dias e mais caro Nelson Garrido
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Veneza estreou em Abril o seu há muito anunciado sistema de reservas, com uma taxa de entrada para os turistas que não pernoitassem na cidade italiana (e que residissem fora da região de Veneto) durante alguns dias da semana e com um custo de cinco euros. O sistema, ainda um projecto-piloto em fase experimental, terminou este domingo, registando um impacto limitado na redução das multidões na cidade. Deverá regressar em 2025 – durante mais dias e mais caro.

O projecto-piloto, o primeiro do género em todo o mundo, foi implementado apenas em 29 dias dos últimos meses, circunscrito àqueles em que as autoridades previam maiores enchentes (sobretudo fins-de-semana e feriados, quando o número de visitantes pode ultrapassar as 100 mil pessoas, o dobro do número de residentes na cidade).

O objectivo passava por dissuadir o turismo toca-e-foge, ou seja, os turistas que visitam a cidade durante o dia, sem lá ficarem alojados uma única noite (quem fica já paga a habitual taxa turística, ficando isento deste segundo pagamento). Dos cerca de 30 milhões de turistas que visitam Veneza por ano, sete em cada dez (21 milhões) entram nesta categoria. No ano passado, a cidade lagunar esteve de novo em risco de perder a classificação de Património Mundial da UNESCO.

Terminada a fase experimental, o projecto entra agora em período de consulta para definir o seu futuro. Mas Simone Venturini, o vereador responsável pelo Turismo e Coesão Social, confirmou à agência Reuters que o sistema será renovado em 2025 e que a avaliação inicial foi positiva, apesar de ainda se registarem grandes multidões.

“Em alguns fins-de-semana houve menos pessoas do que na mesma altura do ano passado... Mas ninguém esperava que os excursionistas desaparecessem milagrosamente”, reconheceu em declarações à Reuters. “Será mais eficaz nos próximos anos, quando aumentarmos o número de dias e subirmos o preço”, acrescentou, sem revelar quanto é que os visitantes poderão ter de pagar em 2025.

Recorde-se que o sistema obrigava a um registo prévio no site da cidade e, após a reserva, cada turista recebia um código QR que certificava o pagamento ou a isenção (no caso de moradores, hóspedes e estudantes no município, proprietários, visitantes em trabalho, em visita a familiares, ou para participar em eventos, entre outros). A fiscalização previa “verificações, inspecções e visitas a locais através de pessoal autorizado, nos vários pontos de acesso à cidade”, com multas entre 50 a 300 euros.

Para o vereador da oposição Giovanni Andrea Martini, no entanto, a medida “foi um fracasso total”. “A cidade continua cheia de turistas”, disse à Reuters, acrescentando que o número de pessoas que pagaram a taxa foi diminuindo à medida que se espalhou a notícia de que as multas anunciadas não se concretizavam. Simone Venturini reconheceu que houve “muito poucas multas ou, provavelmente, nenhuma”. "Nesta fase experimental, em vez de multar as pessoas, concentrámo-nos em informá-las."

Para Giovanni Andrea Martini, o sistema de reservas deveria ser gratuito, para evitar que as famílias com rendimentos mais baixos fossem excluídas, mas eficaz a rastrear a chegada dos turistas. "Temos de ser capazes de avisar as pessoas de que, se vierem em determinados dias, não se vão divertir."

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