Pogacar e a última semana do Tour: “Vamos ver fogo-de-artifício”

Líder da Volta a França mostra confiança no ritmo que a UAE Emirates tem adoptado e diz que só quer manter-se longe da covid-19.

Foto
Tadej Pogacar tem 3m09s de vantagem sobre o perseguidor directo no Tour GUILLAUME HORCAJUELO / EPA
Ouça este artigo
00:00
02:57

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A Volta a França 2024 entra na terça-feira na última semana e o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) mostra-se confiante para as etapas restantes de uma prova que lidera com 3m09s de vantagem sobre o dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike).

“Temos de estar confiantes de que podemos ir ao nosso ritmo. Temos uma equipa muito boa. Vingegaard disse que não vai desistir e acho que está correcto. Vai ser uma última semana muito dura e tenho a certeza que vamos ver fogo-de-artifício”, declarou o camisola amarela, numa conferência de imprensa virtual no último dia de descanso do Tour.

Depois de duas vitórias seguidas na alta montanha, no sábado e no domingo, numa corrida em que já leva três triunfos em etapas, o esloveno cimentou a liderança em busca de um terceiro Tour no palmarés, depois de 2020 e 2021, e uma segunda grande Volta consecutiva, tendo já vencido a Volta a Itália.

Como principal rival tem Jonas Vingegaard, que é o vigente bicampeão da “Grande Boucle”, ladeado por uma Visma-Lease a Bike que, antecipou, “estará a escolher uma das etapas de alta montanha, sexta-feira ou sábado”, para atacar. “Vamos fazer a nossa corrida e dar tudo para defender o nosso lugar”, afirmou simplesmente, quando questionado sobre a estratégia para lidar com esses ataques.

De resto, a 19.ª e antepenúltima etapa, na sexta-feira, que liga Embrun a Isola 2000 em 144,6 quilómetros, é “muito agradável”, descreveu. “Adoro Col de la Bonette [uma das subidas do dia], fi-la o ano passado, em Agosto, e é super agradável. Estou muito ansioso”.

Evitar a covid-19

Para esta última semana, aponta Pogacar, não é a concorrência nem o perfil das etapas, incluindo a “cronoescalada” final, em Nice, que o preocupam. É outra ameaça. “Não quero ficar doente, quero evitar isso, porque há covid-19 no pelotão. Nas subidas, é duro evitar isso, entre o pelotão, mas vou fazer figas para que me mantenha fresco”, referiu.

Questionado sobre as diferenças entre a preparação este ano e no ano anterior, em que ficou em segundo lugar, lembrou um “grande trabalho de preparação e um calendário até aqui muito bom”, que incluiu a vitória no Giro.

“Sinto-me melhor na bicicleta, acho que isto é parte do meu crescimento como ciclista”, atirou, notando: “Espero que possamos ver algo como isto [a superação] todos os anos. Toda a gente se foca tanto nos detalhes, em cada grama de comida, em cada “watt” na montanha. Estamos muito rápidos e é impressionante assistir à mudança nos últimos cinco anos”.

Prova disso, afirmou, é ter sido protagonista de “uma das grandes performances em subida de sempre”, no domingo. “Quando vi os meus números, foi de doidos, sobretudo na parte em que Vingegaard saltou para a frente. Foram os números mais altos que consegui na carreira, foi um grande dia”, sentenciou Pogacar, que, em dia de folga, contornou a dieta rigorosa que tem seguido com “o melhor brownie” que comeu na vida.