Bicampeonato e 16.º troféu: a América nas mãos da Argentina

Selecção “albiceleste” renovou o título na Copa América, frente a uma Colômbia corajosa. Lesão de Messi e adeus de Di María também marcaram a final do torneio.

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Aos 36 anos, Di María despediu-se da selecção com mais um troféu Agustin Marcarian / REUTERS
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Nas últimas cinco edições da Copa América, a Argentina chegou quatro vezes à final e não sofreu golos em nenhum dos jogos decisivos. Em 2015 e 2016 sofreu uma dupla desilusão, ao perder o troféu para o Chile no desempate por penáltis, mas nesta madrugada recuperou terreno, com um triunfo sobre a Colômbia (1-0), no prolongamento, que lhe valeu o estatuto de bicampeã continental. Mais: permitiu à selecção “albiceleste” isolar-se no ranking das equipas com mais títulos na competição, 16.

Foi uma caminhada e tanto, a da Argentina, até à final. Numa prova que contou com 10 representantes da CONMEBOL (Confederação Sul-Americana de Futebol) e seis da CONCACAF (Confederação da América do Norte, Central e Caraíbas), a selecção orientada por Lionel Scaloni contou por triunfos os três jogos da fase de grupos (2-0 ao Canadá, 1-0 ao Chile e 2-0 ao Peru), antes de afastar o Equador nos quartos-de-final, no desempate por penáltis (4-2), e de voltar a derrotar o Canadá, novamente por 2-0, nas meias-finais.

Ao Hard Rock Stadium, na Florida, a Argentina chegou, pois, como favorita, mas sabendo que do outro lado tinha uma Colômbia que, mesmo reduzida a 10 unidades, a partir dos 45 minutos, tinha afastado o Uruguai na ronda anterior. Uma Colômbia que fechou as contas com o melhor jogador do torneio (James Rodríguez, autor de um golo e seis assistâncias), e com o maior número de golos da prova (12). E que vendeu muito cara a derrota na final.

Na verdade, os colombianos tiveram mais controlo do jogo com bola (56% contra 44%), fizeram mais remates (19 contra 11) e ganharam mais tackles (25 contra 19), mas falharam no capítulo do que verdadeiramente interessa, os golos. O único do encontro chegou já aos 112’, por Lautaro Martínez, que saltou do banco durante o prolongamento para o lugar de Julian Álvarez e finalizou da melhor forma após assistência de Giovani Lo Celso - também ele um suplente utilizado.

Nessa altura, a América (e não só) do futebol já tinha assistido a um dos momentos mais dramáticos da final. Aos 65’, Lionel Messi levou longe de mais o esforço ao tentar um cruzamento numa situação de aperto e lesionou-se no tornozelo. Saiu desolado e foi em lágrimas, no banco, que acompanhou o resto do encontro. A desilusão transformou-se em alegria subitamente quando a Argentina passou para a frente no marcador e quando também deixou para trás o Uruguai (15 troféus) no palmarés da Copa América. Não era caso para menos: nos últimos três anos, a “albiceleste” conquistou um Campeonato do Mundo, uma Finalíssima e duas edições da Copa América com o número 10 a bordo.

Entre a festa dos argentinos, houve também tempo para uma despedida. A de Ángel di María, que, aos 36 anos, encerra a sua passagem pela selecção, também ele com participação activa nas conquistas mais recentes da Argentina. “Estava escrito que tinha de ser desta maneira. Sonhei que me retirava desta forma, na Copa América, chegando à final e ganhando-a”, afirmou o criativo, que deixa a selecção com 145 jogos disputados (igualou Javier Zanetti no terceiro lugar, apenas atrás de Lionel Messi e Javier Mascherano) e 31 golos marcados (sexto) no currículo. “A Argentina é o meu amor e o meu país. Obrigado”.

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