Escola de Sagres, o novo supercomputador ao serviço do Air Centre

Supercomputador foi inaugurado agora no Brasil para reforçar a capacidade de cálculo do Air Centre – Centro Internacional de Investigação para o Atlântico, com sede nos Açores.

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Oceano Atlântico, o protagonista do DR
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O Air Centre – Centro Internacional de Investigação para o Atlântico, uma associação internacional vocacionada para o oceano, o espaço e o clima com sede nos Açores, inaugurou esta segunda-feira um novo supercomputador na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, na sua extensão em Nova Friburgo, e que estará ao serviço da modelação oceanográfica. Escola de Sagres é o nome do supercomputador instalado a duas horas de viagem da cidade do Rio de Janeiro.

A inauguração desta capacidade de supercomputação destina-se a servir “uma vasta comunidade de utilizadores de forma operacional em todo o Atlântico”, salienta um comunicado do Air Centre, uma organização internacional de direito português criada em 2018, com sede na ilha Terceira, e que agrega várias organizações científicas e operacionais de toda a bacia do Atlântico.

O Escola de Sagres, realça-se, “vai reforçar a capacidade de cálculo da comunidade atlântica, tornando mais acessível a modelação numérica avançada do oceano a todas as comunidades litorais das duas margens do Atlântico”.

O novo sistema vem assim reforçar a capacidade de supercomputação do Air Centre, que já tinha os seus servidores do centro de dados na ilha Terceira ligados, desde Abril deste ano, a um outro supercomputador no Brasil instalado no Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (LAMCE), neste caso na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Agora, com o Escola de Sagres, em Nova Friburgo, inicia-se a ligação à rede em computação distribuída dos centros computacionais associados ao Air Centre, para vir a formar a chamada “Cloud Atlântica” – uma infra-estrutura que fornecerá recursos de computação que permitam aprofundar a colaboração transatlântica nestas áreas do oceano, espaço e clima, incluindo a monitorização ambiental e a resposta a desastres, como realça um comunicado sobre a Cloud Atlântica.

“Vamos continuar a ligar os centros de dados”, diz o geofísico Miguel Miranda, director-executivo do Air Centre, referindo-se à rede de ciência de dados da Cloud Atlântica que está a nascer.

O Escola de Sagres, nome que foi escolhido pelos responsáveis brasileiros para o novo supercomputador, terá custado à volta de um milhão de euros e é uma contribuição do Brasil para o Air Centre, adianta o geofísico. Miguel Miranda, que presidiu até Maio de 2023 ao Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA) português, acrescenta ainda que o Escola de Sagres estará pronto a funcionar “dentro de dois meses” e que é da mesma marca, um Atos, de um novo sistema de supercomputação que foi inaugurado no IPMA no início de 2023.

“O nome escolhido para este equipamento enfatiza a ambição de nos lançarmos à aventura, ligando comunidades e conectando margens do oceano”, destaca-se, por sua vez, no comunicado.

O Air Centre envolve vários parceiros de Portugal, Espanha, Reino Unido, Noruega, África do Sul, Nigéria, Angola, Namíbia, Cabo Verde, São Tomé, Brasil, México e, entre outros, dos Estados Unidos. Tem actualmente como presidente o brasileiro Paulo Ernani Gadelha Vieira, ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (ou Fiocruz), a maior instituição de saúde no Brasil.

Está igualmente a preparar-se a adesão formal da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) ao Air Centre. O memorando de entendimento assinado entre aquela agência brasileira de apoio às actividades científicas e tecnológicas no Estado do Rio de Janeiro (através do seu presidente, Jerson Lima Silva) e a comunidade de países do Atlântico que constitui o Air Centre (representada por Miguel Miranda) abre também esse caminho.

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