Tubarão encalhado na lagoa de Santo André foi devolvido ao mar. Veja o vídeo

Um tubarão-perna-de-moça, com cerca de um metro e meio de comprimento, foi devolvido ao oceano neste fim-de-semana após ter ficado encalhado na lagoa de Santo André, em Santiago do Cacém.

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Um tubarão-perna-de-moça adulto fêmea foi devolvido ao mar neste fim-de-semana em Santiago do Cacém ICNF/DR
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Um tubarão-perna-de-moça ou cação (Galeorhinus galeus), com cerca de um metro e meio de comprimento, foi devolvido ao oceano neste fim-de-semana após ter ficado encalhado na lagoa de Santo André, em Santiago do Cacém. A operação foi conduzida por vigilantes da natureza do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) em parceria com elementos da empresa Flying Sharks, especializada na captura e transporte destes animais.

O tubarão – uma fêmea adulta – foi detectado na lagoa de Santo André na sexta-feira, dia 12 de Julho, por vigilantes da Direcção Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo, tendo sido acompanhado ao longo do dia, refere um comunicado do ICNF. O objectivo era aguardar pela hora da maré cheia, para que o animal pudesse regressar sozinho ao mar aberto, o que acabou por não acontecer.

As autoridades decidiram então avançar, no dia seguinte, 13 de Julho, com uma acção de resgate para devolver o animal azul-acinzentado ao oceano. A operação foi bem-sucedida.

A espécie Galeorhinus galeus, também conhecida como cação, está classificada como “criticamente ameaçada” na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. Vive nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, podendo chegar aos dois metros de comprimento. Entre as presas do tubarão-perna-de-moça estão peixes ósseos e cefalópodes (polvos, lulas e sépias, por exemplo).

A lagoa de Santo André foi aberta ao mar em Abril, para a habitual renovação da água e das espécies, refere o ICNF, o que explica como o tubarão entrou na lagoa. O biólogo Nuno Queiroz, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Cibio) explicou ao PÚBLICO que, não sendo um tubarão pelágico, esta espécie consegue fazer migrações, ainda que situações deste tipo sejam aparentemente “raríssimas” na lagoa de Santo André. “Presumo que fosse talvez difícil voltar sem ajuda ao mar aberto”, referiu o investigador numa chamada telefónica.

“Felicito todos os envolvidos neste trabalho, que permitiu devolver ao mar este tubarão fêmea, que não iria sobreviver se continuasse na lagoa de Santo André. Acções como esta, a que o ICNF já nos habituou, são de extrema importância para a preservação da vida marinha. Os tubarões-perna-de-moça desempenham um papel vital no ecossistema oceânico e é nosso dever protegê-los de qualquer tipo de ameaça”, afirma Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia, citada no documento.