Imprensa internacional: “O Kremlin condena a violência na política” e a China a “atmosfera tóxica na política norte-americana”

A imprensa internacional reage ao atentado a Donald Trump, mas da China chegam a indiferença e a crítica ao panorama político dos Estados Unidos.

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O ataque a Trump foi atribuído a um jovem de 20 anos Marco Bello / REUTERS
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A hora tardia a que o ataque ao ex-Presidente dos Estados Unidos e candidato às eleições de Novembro aconteceu (perto da meia-noite, hora portuguesa) explica que nem todos os jornais europeus tenham este acontecimento na primeira página, com excepção, por exemplo, do italiano La Reppublica, que faz manchete com os “Disparos a Trump” e revela na primeira página uma das fotos que têm estado a correr mundo, do candidato presidencial ensanguentado e rodeado por vários guarda-costas.

Na capa do espanhol El País o ataque também é manchete, com a informação que o ex-presidente foi “evacuado, depois do tiroteio num comício na Pensilvânia”.

Este domingo, nas edições digitais na imprensa de todo o mundo, já com mais informação, o inesperado ataque a Trump no comício em Butler é o tema central do dia.

Precisamente no El País fazem manchete as declarações de Trump, “Senti a bala a rasgar a pele”, e dá-se conta do apelo do controverso ex-presidente dos Estados Unidos união dos norte-americanos e a manifestar vontade de discursar na convenção republicana de segunda-feira.

O El Mundo destaca o facto de os disparos contra Trump, em que morreram duas pessoas da audiência, além do atirador, serem o primeiro atraso presidencial desde aquele contra Ronald Reagan, em 1981.

Em França, o Le Monde também sublinha o pedido de Trump aos norte-americanos para se “manterem unidos” depois da tentativa de assassinato, enquanto o Libération faz destaque com aquilo que se sabe sobre o atirador: “20 anos, branco e republicano: o que se sabe de Thomas Matthew Crooks, o homem que tentou assassinar Donald Trump”.

O britânico The Guardian também dá ênfase ao apelo à união dos norte-americanos feito pelo candidato presidencial e o The Telegraph faz manchete com a foto de um Trump ensanguentado de punho erguido e uma citação: “Deus salvou-me”.

A edição europeia do Politico noticia que “Trump escapou a uma aparente tentativa de assassinato” e, num outro destaque, frisa que “o punho erguido de Trump fará história – e definirá a sua candidatura”.

“Um fotógrafo do New York Times capta como Trump escapou à morte por pouco”, titula o alemão Die Welt, ilustrando o artigo com o impressionante exemplo de uma foto em que se vê o projéctil em direcção à cabeça de Donald Trump, num momento em que este ainda discursa, alheio ao disparo.

“Trump é atingido em comício e atirador é morto: o que já se sabe e o que falta ser esclarecido”, informa o brasileiro Estadão, sublinhando o facto de o presidente Joe Biden ter repudiado a violência contra o seu adversário político e o facto de o caso estar a ser investigado pelo FBI como tentativa de assassinato.

Excepção ao destaque dado em todo o mundo ao ataque na Pensilvânia é a imprensa chinesa de língua inglesa. No China Daily o ataque é apenas uma das notícias que vão rodando numa galeria na homepage, enquanto no Global Times não há qualquer referência na primeira página e apenas na secção “mundo”, onde se titula que o “disparo no comício de Trump reflecte a atmosfera tóxica na política norte-americana”.

A página principal do jornal russo Novaya Gazeta (edição europeia) não traz qualquer referência ao ataque, mas o Moscow Times titula que o “Kremlin condena a violência na política após a tentativa de assassinato de Trump”.

Na Indonésia, o Jacarta Globe põe Biden em destaque: “Toda a gente deve condenar o ataque. A ideia de que há violência deste tipo na América é inaudita”, afirmou o presidente norte-americano.

A homepage do Times of India dá protagonismo às declarações de porta-vozes da campanha de Trump, que garantem que o candidato republicano “está bem-disposto e a sentir-se bem”, e a do Times of Israel faz eco das palavras do ex-presidente: “Foi Deus que impediu o meu assassinato, os americanos devem unir-se contra o mal”.

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