IPST vai às praias colher sangue para fazer face à quebra de dádivas

Os grupos sanguíneos em que se regista maior carência são o A+, em que há reserva para dois dias no IPST, O+ (3 dias), O- (4 dias) e A- (5 dias). Instituto volta a apelar à dádiva.

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Há hospitais com dificuldades em assegurar todas as necessidades de sangue para a realização de cirurgias Nuno Ferreira Santos
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O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) vai voltar este ano a ter brigadas móveis em zonas balneares para incentivar à dádiva de sangue, numa altura em que as reservas estão mais baixas do que é habitual para esta época do ano e em que há dificuldades nalguns hospitais para assegurar todas as cirurgias. No caso do tipo de sangue A+, a reserva do IPST à data dá apenas para dois dias e a do O+ para três dias.

Na sexta-feira, fonte oficial do IPST revelou que “as reservas de sangue dos hospitais e no IPST situam-se entre os 7 e os 37 dias e entre os 2 e os 37 dias considerando apenas a reserva de concentrados eritrocitários do IPST, sendo os grupos sanguíneos em que se regista maior carência o 'A positivo' (2 dias no IPST) 'O positivo' (3 dias), 'O negativo' (4 dias) e 'A negativo' (5 dias)”.

O IPST aponta como explicação para o facto de as reservas de sangue e componentes sanguíneos estarem há vários dias com valores mais baixos do que em períodos homólogos de anos anteriores o tradicional período de férias de Verão, mas também o aumento das infecções respiratórias neste período, nomeadamente por covid-19, numa altura em que o país estará a atravessar uma nova onda do vírus.

Questionado sobre se irá manter este ano a prática de ter brigadas móveis junto às praias para incentivar à dádiva, o IPST revelou que já neste sábado estará entre as 15 e as 19h na Praia da Vagueira, em Vagos (Região Centro), e que na terça-feira, dia 16, estará na Praia da Torreira, na Murtosa, e no dia 19 na Póvoa de Varzim. Para saber em que os locais se vão realizar as colheitas de sangue pelas unidades móveis do IPST, deverá consultar o portal dador.pt, estando programadas ao longo do Verão colheitas nas praias das regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Centro, Porto e Algarve, neste caso durante a realização da Fatacil, entre os dias 16 e 25 de Agosto em Lagoa.

3,5 milhões de SMS por ano

Uma das estratégias que o IPST tem para garantir as dádivas regulares é o envio de SMS aos dadores frequentes. Entre 2021 e Maio de 2024, o IPST enviou aproximadamente 14 milhões de SMS, cerca de 3,5 milhões por ano, por entender que este “é o meio que mais fideliza os dadores para realizarem novas dádivas”.

O IPST lembra que os hospitais portugueses precisam em média de 1100 unidades de sangue por dia para tratar os doentes. Os componentes sanguíneos têm uma validade limitada (concentrado eritrocitário, 42 dias; e as plaquetas de 5 a 7 dias), pelo que a necessidade de componentes sanguíneos é permanente. Daí que volta a fazer o apelo a todos os que possam dar sangue que o façam nesta altura.

Para efectuar uma dádiva de sangue é necessário dirigir-se a um local com colheita de sangue. Para se candidatar à dádiva, necessita de ter um documento oficial com fotografia (cartão do cidadão ou passaporte). As condições essenciais de elegibilidade para a dádiva são ter mais de 18 anos (a primeira dádiva após os 60 anos depende de critério médico), peso igual ou superior a 50kg e estar saudável.

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