Quase 800 pessoas foram acolhidas por violência doméstica entre Janeiro e Março
Houve uma descida dos acolhimentos relativamente aos dados dos primeiros três meses do ano passado, mas mais três vítimas mortais. Estão em prisão efectiva 1000 pessoas.
Quase 800 pessoas foram acolhidas na Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica (RNAVVD) entre Janeiro e Março de 2024, período em que morreram nove pessoas por causa deste crime e as polícias receberam 6879 queixas.
De acordo com os dados mais recentes, actualizados na página online da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), 794 pessoas – entre 442 mulheres, 331 crianças e 21 homens – deram entrada numa casa de abrigo ou num acolhimento de emergência, nos primeiros três meses deste ano.
Este número representa uma diminuição de 47,5% em comparação com o período homólogo do ano passado – quando 1512 pessoas precisaram ser acolhidas na RNAVVD – e de 38,7% em comparação com o último trimestre de 2023, em que houve registo de 1296 vítimas de violência doméstica a dar entrada nas várias estruturas da rede.
Nestes primeiros três meses do ano há registo de nove pessoas mortas, oito mulheres e um homem, o que representa um aumento em mais três vítimas comparativamente com os primeiros três meses de 2023. No entanto, são mais seis pessoas mortas do que nos últimos três meses do ano passado.
Nesse ano, no total, morreram 22 pessoas em contexto de violência doméstica, entre 17 mulheres, duas crianças e três homens. Os dados da CIG revelam que nos primeiros três meses de 2024 aumentou o número de pessoas com medida de teleassistência, que agora são 5295, mais 73 do que no último trimestre de 2023.
O número de pessoas abrangidas por teleassistência tem vindo a aumentar gradualmente desde 2022, havendo agora mais 1428 (mais 37%) pessoas abrangidas por esta medida do que no primeiro trimestre de 2022.
Por outro lado, a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) receberam 6.879 queixas de violência doméstica, menos 94 denúncias do que nos últimos três meses de 2023 e menos 107 do que no primeiro trimestre de 2023.
Ainda assim, o número total de ocorrências registadas pelas forças de autoridade representa uma média de 2300 casos em cada mês.
Os dados divulgados nesta quinta-feira dão também conta de que há 1326 pessoas presas por violência doméstica, entre 326 que estão em prisão preventiva e mil que estão a cumprir pena efectiva. Há ainda 1138 pessoas a quem foi aplicada medida de coação, 872 com pulseira electrónica.
Os dados da CIG mostram que entre Janeiro e Março havia 2530 pessoas integradas em programas para agressores: 2401 faziam-no na comunidade e as restantes 129 em meio prisional.