Uma montanha-russa de adrenalina no Parque Aquático de Amarante

A cumprir 30 anos, são as emoções fortes que mais ordenam nas duas novas atracções do parque. Mas entre vertigens e loops, há piscinas para todos, festas de espuma e relvados para piqueniques.

PP 02 JULHO 2024 AMARANTE PARQUE AQUATICO PUBLICO
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Adrenalina em vários níveis Paulo PImenta
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Adrenalina em vários níveis Paulo Pimenta
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Duram pouco menos de 15 minutos, mas as pré-adolescentes que nos acompanham não falham uma das “aparições” das ondas na piscina respectiva — cinco vezes por dia, é o centro inequívoco da animação no Parque Aquático de Amarante. Há música, espuma e, por fim, a ondulação: como elas já lhe conheceram os truques posicionam-se no extremo para apanharem as ondas mais “altas” e aí ficam deixando-se embalar pela água entre as muitas dezenas de banhistas que povoam a piscina (uma das mais antigas do parque, mas que só recentemente viu a luz do dia — ou seja, se tornou descoberta). No resto do tempo, está tranquila, se não deserta. Pelo menos neste fim-de-semana de Junho, em que o parque está a 30% da sua capacidade (que é de 2900 pessoas).

Faz 30 anos em 2024 que nasceu o parque aquático nesta encosta que desce até ao rio Tâmega, às portas de Amarante, em cascata. Na altura, era o único parque do Norte do país, e se a abertura teve direito a “notícias em grande”, na verdade, nasceu “pequenino”, descreve o director de operações, Joaquim Machado, que trabalha aqui há 17 anos e nasceu numa freguesia vizinha. Era, recorda, a piscina de adultos, a de crianças e três conjuntos de escorregas, incluindo os clássicos de várias pistas, que permanecem entre os favoritos no parque. Este conjunto é ainda hoje o coração do parque que, entretanto, cresceu, engoliu até parte da vizinhança e agora se reivindica o maior parque aquático de montanha da Península Ibérica.

Adrenalina em vários níveis

Subir, descer. Descer, subir. Num parque aquático é parte da equação; no de Amarante é a dobrar, não se tivesse ele instalado na tal encosta onde se abriram vários socalcos. A vista agradece — até porque o cenário verdejante é um dos trunfos —,​ o corpo queixa-se. Mesmo que todo o parque tenha rampas e até um elevador, no desnível mais acentuado, que até é logo o primeiro. A partir daí é sempre a descer na orografia e a subir na adrenalina.

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Os vários escorregas são uma das principais atracções do parque Paulo PImenta

Embora esta até comece aqui. Há bóias carregadas desde lá de baixo, porque as entradas para o Turbolance e para o Fast Mountain são no extremo deste socalco mais elevado e estas eram até este ano as atracções mais radicais do parque. No primeiro, vamos em bóia que desce e saracoteia até ser “lançada” numa rampa alta, à laia das de skate; no segundo, vários loops também sobre bóia, sempre às escuras.

Não nos adiantemos, contudo. Sigamos em visita guiada por este puzzle de tubos coloridos, águas azuis, retalhos verdes e esplanadas, até às novas estrelas do parque, emoções fortes como santo-e-senha. Recém-estreadas (ainda não têm sequer lugar no mapa que recebe os visitantes), têm a missão de ser “os chamados escorregas de assinatura” —​ “aqueles que vão definir o parque”, explica o director-geral, Hélder Silva. Aqui são dois, o Vertigem e o Monster Lotus, dispostos lado a lado.

O primeiro, um foguete de adrenalina consumido em 15 metros de queda livre num escorrega de 44 metros de comprimento; o segundo, um gigante tentacular rosa e lilás de 130 metros de comprimento, que começa fechado e logo se abre, meneando-se com uma suavidade que contraria a imponência. O primeiro, adrenalina em estado puro; o segundo, adrenalina “partilhada”, ou não se percorresse em bóias triplas. “O facto de levar três pessoas permite-nos ver a reacção uns dos outros, ouvir os gritos e isso muitas vezes é o que tem piada”, avalia Hélder Silva.

Viemos até ao “fim” do parque (e, no futuro, prevê o director-geral, o crescimento será em “regime meio canibalesco”, de substituição de equipamentos, porque não sobra muito mais espaço), passando novos relvados polvilhados de guarda-sóis de palha, para encontrar as novas coqueluches, que até se instalaram na zona anteriormente mais recatada —​ uma piscina de cascata para adultos, outra para crianças e um grande relvado propício para piqueniques. À hora de almoço, restabelece-se a tranquilidade, não há as filas esperadas para as mais recentes atracções (tão grandes se antecipam que se instalou uma máquina de boxe, gratuita, para enganar a espera) e os gritos omnipresentes no parque chegam esmorecidos.

A “bola Nivea” familiar

À hora do almoço, o Surf Bar, o principal do parque (há mais quatro) está cheio — mesas a abarrotar, fila para o balcão e espanhóis, repetentes no parque, a comentar a oferta. Servem-se desde hambúrgueres e cachorros quentes a saladas e lasanha. Passa a mascote do parque, Tupi de seu nome, arara de espécie, com fotógrafo a tiracolo (no final do dia, as fotos estão expostas à saída — 10 euros para as levar); passa também uma arara verdadeira no braço de uma funcionária —​ e passa para o braço de quem quiser pagar por uma foto. Na loja ao lado, a Tupi em peluche é rainha.

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Subir, descer. Descer, subir. Paulo Pimenta

Estamos em território do parque original (comprado em 2018 pela Looping: portefólio de vários parques aquáticos na Europa, o sevilhano Isla Mágica incluído, e um passe anual para todos), abaixo, o núcleo primitivo que continua a ser a grande ágora. A piscina dos adultos é ponto de encontro de todos, “a bola Nivea daqui”, brinca Hélder Silva, com uma espécie de anfiteatro natural de espreguiçadeiras (aluguer 3,90€, guarda-sol igual) de olhos postos nela. E nos que foram os primeiros escorregas do parque, a fingirem-se encostas coloridas.

O destaque, pela imponência, vai para o de pistas rápidas, quatro, rectas e levemente ondeadas, como serpentinas azuis estendidas na paisagem. “É um escorrega que tem sempre muito sucesso nos países latinos, não se percebe muito bem porquê”, comentara Joaquim Machado, reforça Hélder Silva —​ talvez, aventa, seja pelo facto de os banhistas poderem competir. Ao lado, um semelhante, multipistas (seis), mas mais lento e pequeno, pintado com as cores da bandeira portuguesa. Os escorregas completam-se aqui com um trio tubular que parece emaranhar-se em suspensão. Azul, amarelo e vermelho a cruzarem-se nas descidas: o primeiro é o mais comprido (95 metros); o segundo tem no final do percurso um “caldeirão”, águas rodopiantes; o terceiro é o mais rápido de todos e o único totalmente aberto.

Ainda há um território infantil, com piscinas e escorregas, e até um “aqua spray” para bebés, porque este é um parque que se quer afirmar para todos (e não é à toa que recebe 200 mil visitantes anuais). Mas, agora, o calor é muito e a água chama. Estreamo-nos na “bola Nivea” — e, eventualmente, até as pré-adolescentes se juntam.

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