Há um novo projecto de turismo criativo no Alentejo: O Val Farmhouse abriu portas na Herdade de Vale Guardez, no concelho de Monforte, adaptando a antiga casa de família a uma unidade de alojamento inspirada “na natureza e na cultura alentejana”.
No topo de uma colina, “entre um olival, azinheiras e sobreiros”, encontra-se a “casa típica da região”, de telhas vermelhas tradicionais portuguesas e “paredes espessas brancas e pequenas janelas que servem duas funções: protege do calor no Verão, e do frio no Inverno”, lê-se em comunicado.
Inspirada nas “origens açorianas da família”, proprietária da herdade “há várias gerações”, uma barra preta percorre não só “toda a parede exterior”, como “todas as divisões da casa”. Já os tectos “são abobadados” e o pavimento é “em pedra preta”, “elementos característicos do Alto Alentejo”, detalha a nota de imprensa, destacando as “obras artísticas e peças de design contemporâneo” que se podem encontrar nas diferentes divisões, resultado do “gosto pela arte e artesanato” da proprietária e fundadora do projecto, Marta Menéres.
A casa, “alugada apenas em exclusivo” e com capacidade para dez pessoas, é composta por cinco quartos de casal (três suítes e um quarto com casa de banho privativa na casa principal, e uma suíte independente com porta directa para o pátio), além de cozinha equipada, três salas interligadas, e duas zonas de refeições: uma sala de jantar interior e um alpendre “situado no lado agrícola do pátio, com uma grande mesa para refeições”.
Nos dias quentes, a piscina exterior promete ser “o ex-líbris” d'O Val Farmhouse. É aqui que se encontra a obra do português Mantraste, “o primeiro artista convidado deste ano”, que esteve no alojamento em Maio para criar a intervenção artística Mulheres na apanha da azeitona, um conjunto de oito mulheres “de grandes dimensões nas várias funções da apanha tradicional da azeitona, realizadas em argamassa cor de barro”.
Sam Baron, designer internacional de origem francesa e director criativo do projecto, foi quem desenvolveu “o conceito e a marca, coordenou as intervenções artísticas e é o responsável pela criação dos ambientes interiores e exteriores”.
Esta componente artística do projecto consubstancia-se no espaço dedicado a workshops e retiros criativos, instalado na antiga zona agrícola e de tratamento de gado, entretanto renovada e adaptada. Esta zona é composta por duas salas abertas entre si e um alpendre adjacente. “A agenda de workshops e retiros criativos, a realizar a partir de Setembro, será disponibilizada em finais de Julho, início de Agosto”, revela o comunicado, anunciando para “breve” a abertura de “um alojamento para residências artísticas”.
Na década de 1930, os avós maternos de Marta Menéres “foram viver para Vale Guardez” – altura em que “a família desenvolvia uma intensa actividade agrícola, com destaque para o olival”. A casa da família, “tal como se encontra hoje”, foi construída nessa altura e recuperada em 2005, “respeitando a sua arquitectura original”.
Actualmente, a quinta mantém a actividade agrícola, enquanto a casa foi convertida em alojamento turístico. Mas o jardim continua a guardar o legado familiar, “desde as pimenteiras, amoreiras e os limoeiros, do tempo dos avós de Marta, ao jasmim, lúcia-lima, romãzeiras e roseiras da sua mãe, Ana Maria”. “O jardim, em pleno crescimento, conta também com outras árvores de fruto, flores e plantas aromáticas, criando um ambiente colorido, rodeado pelo olival e uma paisagem tipicamente alentejana de sobreiros e azinheiras.”