Cavaco Silva: “Sou contra eleições antecipadas”

Antigo primeiro-ministro diz que “não há nenhum drama se o Orçamento do Estado não for aprovado”.

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Cavaco Silva diz que o chumbo do Orçamento para o próximo ano não seria um drama para o país Matilde Fieschi
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Aníbal Cavaco Silva é, afinal, “contra eleições antecipadas”. Em entrevista ao Observador, o antigo primeiro-ministro diz que o texto que escreveu no semanário Expresso, e que foi lido como uma defesa de legislativas antecipadas, foi erradamente interpretado. Cavaco Silva argumenta que tem havido “muitas dissoluções” e não se mostra favorável a que o cenário se repita.

Nem mesmo perante um eventual chumbo do Orçamento do Estado para 2025. O antigo Presidente da República considera que “não há nenhum drama se o Orçamento do Estado não for aprovado” e argumenta que esta é uma situação comum noutros países: “Não aprovar orçamentos é banal nalguns países da Europa. Sabe que a Espanha durante dois anos não teve orçamento? O actual primeiro-ministro viveu durante dois anos com duodécimos. Ninguém morreu”.

Ainda assim, Cavaco Silva não antecipa este cenário e considera “muito provável” que o próximo Orçamento do Estado venha a ser aprovado. O ex-líder social-democrata volta a acentuar a ideia de que o país deve pensar a longo prazo, com políticas que favoreçam três eixos que qualifica como essenciais ao crescimento do país na próxima década: “o crescimento forte da produção interna, da produtividade e da competitividade externa”. Aspectos em que o país beneficiaria de um acordo de regime entre as várias forças políticas, com excepção dos “extremos à direita e à esquerda” – ou seja, Chega, Bloco de Esquerda e PCP.

Na entrevista ao Observador, Cavaco Silva felicita António Costa pela nomeação para presidente do Conselho Europeu, considerando que foi uma boa escolha: “Tinha que ser um membro do Partido Socialista Europeu e eu penso que era, inequivocamente, a melhor escolha entre os ex e acuais primeiros-ministros do Partido Socialista Europeu”.

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