Apoio de Portugal à Ucrânia será superior a 220 milhões de euros neste ano e no próximo

Em Washington para a cimeira da NATO, Montenegro considerou que a contribuição financeira “de grande monta” para permitir que a Ucrânia se defenda corresponde a um investimento na segurança do país.

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Montenegro participou na cimeira da NATO em Washington, no 75.º aniversário da organização JIM LO SCALZO / EPA
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O montante do apoio militar e financeiro que Portugal vai disponibilizar à Ucrânia este ano será “superior a 220 milhões de euros”, e esse valor “será repetido no próximo ano”, anunciou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, na véspera da cimeira da NATO de Washington, onde o reforço do compromisso dos aliados com a defesa da Ucrânia contra a agressão da Rússia será o principal tópico da agenda.

Esta quarta-feira, os chefes de Estado e governo da NATO vão aprovar uma proposta para a aliança assumir a responsabilidade pela coordenação e distribuição da assistência de segurança à Ucrânia, e também assinar um compromisso financeiro de 40 mil milhões de euros para sustentar o seu apoio militar.

Para o primeiro-ministro, a contribuição portuguesa para que a Ucrânia “possa lutar contra a agressão de que foi alvo por parte da Rússia” corresponde a um “esforço financeiro de grande monta” que é, simultaneamente, um investimento na defesa do país.

“O nosso objectivo tem uma vertente securitária directa, que tem a ver com a nossa obrigação de contribuir para o reforço da capacidade desta aliança que nos defende a todos, e não especificamente este ou aquele”, observou. “Quando se defende todo o território da NATO, ou todo o enquadramento da paz à escala global, também se defende o nosso próprio interesse”, justificou o primeiro-ministro.

De resto, Portugal vai querer aproveitar o compromisso para o desenvolvimento da área industrial da defesa, que os Estados-membros da NATO vão subscrever na cimeira de Washington, esta quarta-feira, para “incrementar o esforço” de investimento no sector, nomeadamente em tecnologias e materiais de que as Forças Armadas necessitam, afirmou Luís Montenegro.

Em declarações aos jornalistas portugueses depois da cerimónia comemorativa do 75.º aniversário da NATO, que decorreu no auditório Andrew W. Mellon, onde o tratado do Atlântico Norte foi assinado em 1949, o primeiro-ministro salientou a “oportunidade” que este novo compromisso para o desenvolvimento do sector industrial da defesa oferece “em todas as suas vertentes, dos equipamentos ao armamento e aos fardamentos”.

“O investimento que está previsto fazer-se por todos os Estados-membros da NATO é de uma dimensão nunca antes materializada, e é também uma boa altura para podermos programar com os nossos parceiros o desenvolvimento dessas oportunidades”, referiu, chamando a atenção para “o retorno da actividade económica que também pode ser gerada por esta via”.

Questionado sobre as áreas onde o país pode apostar, Luís Montenegro destacou a tecnologia e os equipamentos – “nós temos, por exemplo, uma competitividade muito significativa ao nível dos drones”, salientou – e ainda os componentes e “outros materiais conexos”. “A nossa indústria têxtil é altamente competitiva para muitos dos equipamentos que as forças militares necessitam”, apontou.

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