Pedro Nuno acusa Montenegro de ameaçar com eleições quando PS fala em viabilizar OE

“Quem acha que o PS fará qualquer cálculo em função de resultados eleitorais ou que tem medo de eleições está completamente enganado”, assegurou o secretário-geral socialista.

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O secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, discursou no encerramento das jornadas parlamentares MIGUEL PEREIRA DA SILVA / LUSA
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O líder do PS, Pedro Nuno Santos, acusou esta terça-feira o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de ter feito uma "ameaça de eleições" no dia em que os socialistas tinham mostrado disponibilidade para negociar e viabilizar o Orçamento do Estado.

"No mesmo dia em que a líder parlamentar [Alexandra Leitão] usa a palavra viabilizar [o Orçamento do Estado], o líder do Governo, o primeiro-ministro ameaça com eleições, desafia para a apresentação de uma moção de censura", criticou Pedro Nuno Santos, no encerramento das jornadas parlamentares, em Castelo Branco.

De acordo com o secretário-geral do PS, é o Governo que tem que "apresentar um orçamento até Outubro e se há partido que tem sido fustigado" com o tema é o PS.

"No dia em que o PS fala em viabilizar, disponibiliza-se para viabilizar, aquilo o que o primeiro-ministro tem para fazer, em vez de ser abraçar a disponibilidade do PS para construir uma solução comum, aquilo que temos do primeiro-ministro são ameaças de eleições", criticou.

A líder parlamentar socialista tinha avisado na segunda-feira que se a margem negocial do Orçamento do Estado "vier fechada" por medidas como o IRC ou IRS jovem fica "mais difícil" o PS viabilizá-lo, exigindo ter uma "palavra significativa" no documento.

O presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou na véspera que, se o PS estiver a fazer jogo sobre a negociação do Orçamento, então tenha a coragem de deitar abaixo o Governo.

PS não decide "em função de resultados eleitorais"

Pedro Nuno Santos assegurou que o PS não tomará decisões "em função dos cálculos eleitorais" e que não "tem medo de eleições", admitindo que a missão do partido "não é fácil". "Nós faremos sempre o nosso trabalho com sentido de responsabilidade. Não vale a pena fazerem análises sobre aquilo que o PS fará ou deixará de fazer em função de cálculos eleitorais", afirmou.

"Não é assim que nós estaremos na oposição e quem acha que o PS fará qualquer cálculo em função de resultados eleitorais ou que tem medo de eleições está completamente enganado", avisou. Pedro Nuno Santos não escondeu que a missão que o partido tem pela frente "é árdua e não é fácil".

"É exigente para nós também. Nós não ignoramos a situação política e a configuração parlamentar que resultou das eleições. Nunca o faremos, mas no final do dia temos que reflectir sobre qual é a forma correcta com que nós devemos estar na política e ter a coragem para enfrentar momentos difíceis", pediu.

O líder do PS sintetizou o objectivo do PS como "tentar travar aquilo que é mau para o país e defender e tentar fazer aprovar aquilo que é bom para o país".